ESQUECERAM DE NÓS
Na edição de hoje, 11 de março, o jornal Zero Hora traz uma imensa reportagem sobre o estado de abandono em que se encontra o Colégio Estadual Julio de Castilhos, em Porto Alegre.
Neste mês de março esta tradicional escola completa 124 anos, embora o atual prédio tenha sido construído apenas em 1958. A instituição que abrigava em média 5 mil alunos hoje tem matriculados apenas 1.050 estudantes. A matéria aborda desde as parcas instalações até a falta de docentes. A educação como um todo parece estar num segundo plano aqui pelo Estado.
Em uma relação de personalidades políticas, intelectuais e cientistas que frequentaram as salsa do "Julinho" o jornal destaca nomes como Leonel Brizola, Ibsen Pinheiro, Paulo Brossard, Moacyr Scliar e outros.
Talvez não seja importante para o contexto da matéria mas para nós que cultivamos nossos costumes tradicionais temos o dever de lembrar que foi ali, no ano de 1947, que aconteceu a primeira Ronda Crioula quando Paixão Côrtes e o Grupo dos Oito retiraram uma centelha da Pira da Pátria no Monumento ao Expedicionário conduzindo-a, a patas de cavalos, até as dependências desta instituição de ensino que abrigava diversos estudantes vindos do interior.
A partir dai foi criado um Departamento Tradicionalista no Julinho. O objetivo era achar uma trilha diante da perda da fisionomia regional, combater a descaracterização e reagauchar o Rio Grande. Em suma procuravam a identidade da terra gaúcha.
Aprovada a ideia o Grêmio Estudantil do Julinho enviou um comunicado a imprensa da capital cujo primeiro parágrafo dizia: "O Grêmio Estudantil Julio de Castilhos, sentindo a necessidade da perpetuação das tradições gaúchas, fundou, aliando aos seus já numerosos Departamentos, o das Tradições Gaúchas, procurando assim, preservar este legado imenso dos nossos antepassados, constituído do amor a liberdade, grandeza de convicções representadas pelo sentimento de igualdade e humanidade.
Fica o registro.