Que nesta semana que se inicia, nossas dores tenham as rezas e as benções de mil curandeiras de campanha.
A mão empunhava as folhas
e a coreografia de cruz,
tinha início de repente
(de certo invocando Jesus).
Que será que a vó dizia
em ritmo meio atonal?
A face cheia de vincos –
como um trajeto ancestral...
Guardiã de mil segredos,
rugas de tempo e de sol.
Olhava pro firmamento
E entoava um só refrão.
Em línguas desconhecidas
chamava espíritos bons.
Morgana da terra seca.
Deusa grega disfarçada,
princesa de Bagdá!
Senhora de cantorias
com influências de além-mar.
Fada, bruxa, rezadeira,
índia, africana, mãe-terra
Gaia de todas as eras...
Alquimia feminina...
Herança que me mantém.
Maria, cheia de graça!
Sertão ecoando: amém!
Autor: Goimar