A VIDA FORA DOS PALCOS, TELAS E LIVROS
NÃO É BEM ASSIM
Em uma semana o Rio Grande do Sul despediu-se de dois grandes nomes da nossa cultura. A semelhança entre os dois casos estão nas dificuldades financeiras e no ostracismo de ambos. Nos referimos ao poeta Luiz de Miranda, uruguaianense membro da Academia Rio-grandense de Letras, autor de mais de 40 livros e do ator Sirmar Antunes, ativista dos Lanceiros Negros Contemporâneos e participante em diversos filmes e interpretações teatrais.
Os amigos de Luiz de Miranda, que nestas horas já não eram muitos, tiveram que se cotizar para dar uma despedida digna ao poeta. Quanto ao Sirmar Antunes, residia na Casa do Artista Rio-grandense que também abriu uma campanha nas redes sociais solicitando colaboração para os procedimentos de seu funeral.
Na pandemia, não foram uma nem duas as lives para arrecadações de valores para artistas enfermos. Isto tudo é muito triste porque o fã não imagina que o seu ídolo passa pelas mesmas dificuldades das pessoas comuns. Não enxergam o artista como um personagem e imaginam que tudo aquilo que cantam, escrevem ou representam são papeis inerentes a vida de cada um. Ledo engano.
Volto a citar aquela letra que escrevi e que foi musicada pelo grupo Os Tiranos: Quem me olha com apreço / chapéu tapeado na testa / não sabe o quanto padeço / quando estou longe de festa.