RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

quinta-feira, 3 de março de 2022

REPONTANDO DATAS / 03 DE MARÇO


Num dia 03 de março, do ano de 1844, morria Onofre Pires, primo de Bento Gonçalves. Sua morte foi de uma gangrena, oriunda do Duelo Farroupilha que ocorrera 3 dias antes. 

Também num dia 03 de março, mas no ano de 1927, nascia na localidade de Rolante, então pertencente ao município de Santo Antônio da Patrulha, aquele que é considerado "O Rei do Disco", ou seja, Vitor Mateus Teixeira, o Teixerinha.  

Teixeirinha teve uma infância difícil, pois perdeu o pai aos sete anos e a mãe (em um incêndio) aos nove.

Trabalhou como motorista do DAER e, em 1960, já aos 33 anos, estoura com a música Coração de Luto, que descreve o falecimento de sua mãe, sendo uma das músicas mais rodadas Brasil afora.

Apresentando-se em Bagé, no ano de 1961, conheceu a acordeonista Mery Terezinha, sua companheira por muitos anos. A separação da dupla ocorreu em 1983. 

Teixeirinha deixou mais de 50 LPs gravados com canções que são tocadas até hoje, como é o caso de “Querência Amada” um hino informal do Rio Grande do Sul. Atuou e protagonizou uma dezena de filmes assistidos por mais de 1,5 milhões de espectadores, entre estes Coração de Luto, Carmem a Cigana, Ela Tornou-se Freira, Quadrilha do Perna Dura, Motorista sem Limites, e outros.

Apesar de sua enorme popularidade e do seu gauchismo, Teixeirinha nunca foi reconhecido como um cantor tradicionalista. Era considerado um artista regional.

Em sua carreira teve enormes divergências (muitos dizem que arranjadas) com o então apresentador Flávio Cavalcante, que ridicularizava suas músicas, e também com o trovador Gildo de Freitas.

Teixeirinha morreu em 04 de dezembro de 1985 e foi velado no Salão Nobre do Estádio Olímpico, do Grêmio. Estive em seu velório e lembro como se fosse hoje da grande comoção de seus milhares de fãs. Na cabeceira de seu caixão seu maior amigo, o violão, e guarnecendo seu corpo os lutadores do “Ringue 12”, a luta-livre da época. Seu túmulo, no cemitério da Santa Casa de Porto Alegre, ainda hoje, é motivo de romaria de saudosos admiradores.

Vitor Mateus Teixeira, entre as centenas de honrarias que recebeu, teve sua estampa gravada em ferro e aço em uma grande estátua no centro de Passo Fundo, cidade que tanto amava e da qual dizia ser filho adotivo e também tem um monumento na cidade de Rolante. A rodovia estadual 020, que liga Porto Alegre a Cambára do Sul recebe seu nome. 

Atualmente foi aprovado um projeto para a construção de uma estátua em sua homenagem na cidade de Porto Alegre. 


Teixeirinha rodeado de admiradores