RETRATO DA SEMANA

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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

REPONTANDO DATAS - 24 DE FEVEREIRO


FUNDAÇÃO DE URUGUAIANA 

Em 24 de fevereiro de 1843 era criada uma Capela Curada denominada "Capela do Uruguai", conforme uma resolução que foi sancionada pela Assembleia Constituinte e Legislativa de Alegrete. Com iniciativa de Bento Gonçalves mas pelo dedicado empenho do Ministro das Finanças Farrapas Domingos José de Almeida, este é considerado o fundador oficial de Uruguaiana sendo a única cidade fundada durante a Revolução Farroupilha. 




Uruguaiana é o único município brasileiro que forma a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Uruguai. A cidade tem grande importância estratégica comercial internacional, tendo em vista que está localizada equidistante de Porto Alegre, Montevidéu, Buenos Aires e Assunção; bem como a importância na produção agropecuária nacional, ostentando a liderança na produção do grão de arroz

A história inicial do município remonta ao início do século XIX, a 30 quilômetros de Uruguaiana, uma localidade chamada Santana Velha, onde no local funcionava um posto fiscal, um acampamento militar e onde existiam alguns ranchos com moradores. O local estava onde as tropas e comerciantes atravessavam o rio Uruguai. No ano de 1840 o povoado foi destruído por uma violenta inundação.

Pelos motivos da inundação e procurando um local melhor para estabelecer-se, em 24 de fevereiro de 1843 foi fundada onde atualmente se encontra, emancipando-se mais tarde em 29 de maio de 1846 quando desvinculou-se do município de Alegrete ao qual anteriormente pertencia. Perto de sua emancipação, alguns viajantes da época relatam ter encontrado no local não uma cidade brasileira, mas sim uma hispano-francesa em suas relações de vida e comércio, apoiada naquele tempo mais em Buenos Aires e Montevidéu do que Porto Alegre.

Uruguaiana orgulha-se de ter sido a primeira cidade do Brasil a libertar seus escravos, sendo que em 31 de dezembro de 1884, antecipando-se à proclamação da Lei Áurea (ano de 1888), efetua a abolição da escravidão no território Municipal, conforme Ata da Sessão Extraordinária Comemorativa da Redenção dos Escravos da Cidade e Município de Uruguaiana

Como Uruguaiana é uma cidade encravada entre solos argentino, uruguaio e antigo solo paraguaio, não foi tão fácil estabelecer as fronteiras do Brasil, tampouco manter-se a cidade sobre eterna paz. A cidade foi invadida em 5 de agosto de 1865, a partir da ambição de Francisco Solano Lopes de aumentar o território paraguaio e obter uma saída para o Oceano Atlântico. Era a Guerra do Paraguai, envolvendo tropas brasileiras, argentinas, uruguaias e paraguaias, tornando Uruguaiana eixo e palco da maior batalha campal que a América tem em seus registros.

O desfecho da guerra foi na própria cidade, que só ocorreu em 18 de setembro, culminando com a rendição dos paraguaios, totalizando 44 dias de sitiamento da cidade. Na época a cidade contava com cerca de 2.500 habitantes, após a invasão e rendição dos paraguaios, a cidade encontrou a maioria das residências e demais estabelecimentos destruídos. Aos, poucos, foi se recuperando. 

Em 21 de maio de 1947, foi inaugurada pelos presidentes Eurico Gaspar Dutra, do Brasil, e Juan Domingo Perón, da Argentina, a Ponte Internacional Rodoferroviária Getúlio Vargas/Agustín P. Justo, sobre o rio Uruguai, ligando Uruguaiana à cidade argentina de Paso de los Libres, com ajuda, na parte brasileira, de militares e civis. Na época de sua construção, foi a maior obra de engenharia da América Latina. Hoje a ponte é a porta de entrada e saída para a comercialização de produtos, tornando Uruguaiana o maior porto seco da América Latina e o terceiro maior do mundo.