RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

REPONTANDO DATAS / 03 DE JANEIRO

 


Luís Carlos Prestes e sua coluna. 
Prestes é o terceiro sentado da esquerda para a direita



Em 03 de janeiro de 1898 nascia, em Porto Alegre, Luís Carlos Prestes, comandante de uma extraordinária e revolucionária marcha (a Coluna Prestes), e líder do Partido Comunista Brasileiro (PCB) por mais de 50 anos. Luís Carlos Prestes foi uma das figuras da América Latina mais perseguidas do século XX.

Nascido em Porto Alegre, cursou a Escola Militar do Rio de Janeiro. Transferido para o Rio Grande do Sul, liderou no Estado uma revolta tenentista contra o governo de Arthur Bernardes em 1924. Compostos por jovens oficiais do Exército, os "tenentes" pretendiam levantar a população contra o poder da oligarquia governante e, por meio da revolução, exigir reformas políticas e sociais, como a renúncia de Bernardes, a convocação de uma Assembleia Constituinte e o voto secreto. Depois de vários combates, os gaúchos foram ao encontro das tropas paulistas rebeldes comandadas por Isidoro Dias Lopes e por Miguel Costa, em Foz do Iguaçu (PR), formando a Coluna Prestes, com o propósito de percorrer o Brasil para propagar as ideias tenentistas.

Os integrantes da Coluna realizaram uma incrível marcha pelo interior do país, percorrendo, a pé e a cavalo, cerca de 25 mil km. A marcha terminou em 1927, quando os revoltosos se exilaram na Bolívia. Nesse país, Prestes conheceu Astrogildo Pereira, um dos fundadores do PCB. Convertido à ideologia marxista, viajou para Moscou (ex-URSS) em 1931.

Retornou clandestinamente ao Brasil em 1935, casado com a comunista judia alemã Olga Benário. Depois de comandar o fracassado golpe conhecido como Intentona Comunista (1935), com o intuito de derrubar o então presidente Getúlio Vargas e instalar um governo socialista, foi preso e sua mulher entregue à Gestapo (polícia política nazista) e deportada grávida para a Alemanha, onde morreu em um campo de concentração (1942). Após ser solto com o processo de redemocratização (1945), Prestes elegeu-se senador pelo PCB.

Com a cassação do registro do partido (1947), teve a prisão preventiva decretada e foi obrigado a retornar à clandestinidade. Sua prisão preventiva foi revogada em 1958, mas, com o golpe militar de 1964, o líder comunista voltou a ser perseguido. Em 1971, conseguiu sair do país e se exilou na antiga URSS. Com a anistia de 1979, retornou, mas afastou-se do PCB.

Na cidade de Santo Ângelo, nas missões, local de onde partiu a Coluna Prestes, existe um memorial com fotos, livros, documentos, contando a história desta que foi uma das maiores marchas revolucionárias da humanidade. Tal museu localiza-se no prédio da antiga estação ferroviária do município.

O prédio serviu de QG para Prestes e seus colaboradores planejarem a Coluna, que partiu em outubro de 1924 em direção ao norte do país, percorrendo aproximadamente 25.000 quilômetros.

Memorial Prestes em Santo Ângelo