RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

MEIO SÉCULO DE CALIFÓRNIA

 

A Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, precursora a ícone dos festivais nativista do Estado, completa cinquenta anos. Neste meio século de existência, entre glórias e tropeços (como qualquer entidade que envolva nosso lado emocional), encontra-se incólume como um moirão de angico plantado num chapadão de rodeio. Cheio de lascas pelas dentadas de potrancas, mas firme, altivo e sereno. 

As luzes da ribalta de seu palco foram testemunhas da importância deste evento pioneiro que acrescentou uma nova visão a nossa musicalidade regional. O movimento nativista, ali, dava seus primeiros passos. A "Califa", como é carinhosamente chamada, foi vertente de verdadeiros clássicos musicais que se tornaram inesquecíveis e projetou ao panteão dos ídolos nomes como o do uruguaianense César Passarinho, talvez o maior intérprete neste segmento. 

Passados estes anos que resultariam em belos registros literários, enfrentando com lucidez e responsabilidade a pandemia que levou ao cancelamento de diversos eventos similares, a Califórnia continua sendo a "menina dos olhos" de todo artista rio-grandense. Graças a Produtora Vozes do Sul e sua competente equipe, ao CTG Sinuelo do Pago, e de tantos outros que colaboraram para mais esta edição, o principal elemento de um festival desta importância foi resgatado, ou seja, a credibilidade.

Nesta semana nosso blog entrevistou o artista plástico Mauro Vila Real que, pelo segundo ano consecutivo, confeccionou o belo cartaz da Califórnia. Segundo as palavras do autor sua arte ilustra o que o festival traduz nestes cinquenta anos, isto é, uma passagem de bastão de pai para filho.



Coincidindo com a representatividade do cartaz, dentre as 853 concorrentes que passaram pela triagem neste fim de semana, um pai e um filho estarão entre as 24 composições selecionadas que subirão ao palco nos dias 17, 18 e 19 de dezembro na bela e legendária cidade de Uruguaiana. Rodrigo Bauer e Matheus Marchezan Bauer, poetas de São Borja, "disputarão" a ambicionada Calhandra de Ouro.

Sucesso a esta 43ª edição e longa vida a nossa querida "Califa".