RETRATO DA SEMANA

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Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A FORQUILHA DE GOIABEIRA


José Armando - Um descobridor de vertentes

O método usado para achar água com uma forquilha é chamado de hidroestesia. A sua prática é derivada da radiestesia, técnica que mede a sensibilidade humana às radiações que são emitidas pelos vários materiais encontrados no subsolo, como minérios, petróleo ou, como nesse caso, água. O método não é considerado como científico, mas sim como algo artesanal, mas que facilita a vida de agricultores por todo o planeta há milhares de anos.

No século XIX, o explorador irlandês Thomas Joseph Hutchinson, em seu livro Two Years in Peru (Dois anos no Peru), publicado em 1873, na Inglaterra, traz registros de documentos arqueológicos peruanos datados de pelo menos 9.000 a.C., que mostram evidências do uso da hidroestesia na América Latina, para a busca de água no subsolo, já naquela época. No Egito, em 1949, nas cavernas de Tassili, foram descobertas pinturas rupestres que indicam o mesmo uso da técnica no continente africano há mais de 8 mil anos.

Os instrumentos usados para a prática da hidroestesia, em geral, são pêndulos, forquilhas em forma de “Y” e antenas em forma de “L”, feitas com fios de cobre.

Aqui no Rio Grande do Sul o método de utilizar a forquilha, principalmente de goiabeira, é muito comum.  Ao chegar a um determinado terreno, onde pretende fazer a marcação para a perfuração de um poço artesiano, de pés descalços, o indivíduo observa o movimento da forquilha. À medida que a pessoa caminha, o graveto faz um giro de 180 graus, apontando para o chão e indicando o local onde existem veios de água para perfuração.

A prática radiestésica já foi considerada bruxaria e condenada pela Inquisição, na Europa medieval. Muitos radiestesistas foram perseguidos, torturados e mortos pela Igreja Católica por fazerem uso da “vara de adivinhação”, como era chamada a forquilha em forma de “Y”. No entanto, pela utilidade da técnica para a descoberta de água e outras riquezas naturais, muitos nobres e soberanos continuaram a utilizá-la sem qualquer prejuízo.

Quem estuda e tem interesse pela radiestesia costuma dizer que não são todos os seres humanos que conseguem desenvolver a habilidade para praticá-la. Supostamente, o radiestesista é como uma “antena” de captação de alguns tipos de energia. Alguns de nós, através da prática ou apenas do nível de sensibilidade, conseguem se destacar e decodificar sinais emitidos pela natureza. Segundo os demarcadores de poços, isto é um dom.