Não estamos falando, nesta matéria, do conteúdo das letras mas sim nas oportunidades (ou falta delas) oferecidas as mulheres nos palcos rio-grandenses.
Antigamente (tenho usado seguidamente esta palavra - acho que é algum sintoma) havia diversos casais alegrando milhares de Fãs principalmente em shows de circos. Teixeirinha e Mary Terezinha, Zezinho e Julieta, Nelson e Janete, Carlos Cirne e Sonia Mara, De Lima e Leninha... Hoje este estilo desapareceu.
O que pouco encontramos, desde os tempos de "antigamente", eram mulheres compondo grupos de baile. Talvez pelas longas e difíceis viagens. Quem me vem na lembrança num upa é Os Fronteiriços que tinha em Clary Costa, esposa do saudoso Algacir Costa - Pais do Yamandu - como sua intérprete.
Não podemos deixar de citar como referência o lendário e inesquecível Conjunto Farroupilha, que marcou época nos anos sessenta, aonde, dentre seus cinco integrantes, havia duas mulheres.
Por outro lado, e isto é bom, as mulheres ocuparam um belo espaço nos festivais nativistas. Contudo, parece ainda haver uma certa restrição a participação feminina, apesar de todo esforço desprendido pelo grupo das Patroas, um movimento que visa, justamente, a busca deste espaço.
Ontem lemos um texto em forma de protesto de uma intérprete consagrada na musicalidade de nossa terra queixando que um espetáculo que acontece todo o ano nesta época (imaginei que fosse o Grande Encontro, no Araújo Viana) tem a previsão de 16 apresentações sendo que apenas uma é mulher.
É de se pensar no assunto.
Em tempo: Antes que eu seja chamado de machista vou saindo de fininho ao terminar a postagem pois me dei conta que tenho em torno de 350 letras gravadas pelos mais diversos grupos e intérpretes gauchescos e.... NENHUMA com voz feminina. Fuuuuiii....