Acervo de quase mil
peças agora se encontra no Museu Histórico Farroupilha (MHF), situado na
primeira capital do RS | Foto: Guilherme Almeida
A coleção de quase mil
peças, que resgata momentos da história da Revolução Farroupilha (1835-1845),
foi transferida nesta segunda-feira para o Museu Histórico Farroupilha (MHF) na
cidade de Piratini - localidade que foi a primeira capital da República
Rio-grandense.
A operação de
transferência do acervo foi feita durante esta manhã no Centro Administrativo
Fernando Ferrari (CAFF), na avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre, onde
fica a sede da Secretaria Estadual da Cultura (Sedac). O material foi levado em
uma camioneta. O veículo percorreu cerca de 350 quilômetros de estrada até o
museu e foi escoltado por uma viatura da Brigada Militar. A coleção foi
colocada em 30 caixas e chegou no começo da tarde na cidade.
O acervo foi doado após
o empresário Volnir Júnior dos Santos, chamado de TcheVoni, que vive em Natal,
no Rio Grande do Norte, ter um sonho que o seu acervo da Revolução Farroupilha
deveria ser repassado ao museu. Em duas décadas, o empresário obteve uma
coleção de livros raros, peças de armaria (espadas e balas de canhão),
documentos, moedas e itens comemorativos da época.
Em 2019, Santos
procurou a direção do MHF para manifestar o desejo de doar as peças à
instituição. Em outubro daquele ano, a secretária estadual da Cultura, Beatriz
Araújo, e a diretora do Museu Farroupilha, Francieli Domingues, viajaram a
Natal para tornar esse desejo uma realidade. A coleção foi transportada com
acompanhamento de uma escolta da Brigada Militar.
O acervo está em posse
da Secretaria de Cultura desde dezembro de 2019, quando foi transportado de
Natal para o Rio Grande do Sul. A operação contou com a intermediação do atual
secretário de Turismo, Ronaldo Santini (PTB/RS), à época exercendo mandato de
deputado federal. Foi ele que viabilizou o transporte aéreo e terrestre, junto
à Força Aérea Brasileira (FAB) e ao Exército Brasileiro, respectivamente.
Em Porto Alegre, as
peças foram recebidas por técnicos da Departamento de Memória e Patrimônio da
Sedac, que trabalharam na catalogação. “Abrimos todas as caixas, verificamos o
conteúdo, numeramos e criamos fichas de cadastro com fotos para cada uma das
peças. Depois, fizemos o devido acondicionamento para o novo transporte”,
explica o assessor especial de Memória e Patrimônio da Secretaria da Cultura,
Eduardo Hahn.
Enquanto o processo de
catalogação acontecia, o Museu Histórico Farroupilha cuidava da qualificação de
sua estrutura para receber a coleção. As melhorias contemplaram o mobiliário, a
parte elétrica, o sistema de iluminação e a reserva técnica do museu, que agora
conta com mais duas salas para acondicionar o acervo. “A chegada da coleção
permitirá que a direção e a equipe técnica aprofundem a pesquisa histórica das
peças, bem como a construção da nova exposição, que está prevista para
inaugurar em setembro deste ano”, explicou a diretora do Museu Histórico
Farroupilha, Francieli Domingues.
A secretária da Cultura classificou como fantástica a experiência de lidar com um acervo tão rico. “Foi ótimo ter acesso a todas essas peças que foram parte da nossa história. Temos certeza que o acervo está no lugar certo, e o Museu Farroupilha vai poder contar, com detalhes e profundidade, a história da Revolução Farroupilha", acrescentou Beatriz Araújo.
Segundo Hahn, a coleção incorpora informações importantes da história gaúcha e será possível contar a história da Revolução Farroupilha de maneira mais completa. "Demos um salto muito grande com essa doação. Saímos de 600 itens que existem no MHF para quase 1.600", ressaltou.
Fonte: Cláudio Isaias / Correio do Povo