O Rio Grande do Sul é um Estado rico em tradições e cultura. Uma pena que isto seja pouco reconhecido e preservado no âmbito da gestão pública.
Uma recente pesquisa
aponta que dos 100 museus mais visitados no Brasil, em 2019, apenas 4 estão no
RS. São estes: Museu da PUC com um
público de 220 mil pessoas, Museu de Artes do Rio Grande do Sul, com 105 mil
visitantes e os museus Iberê Camargo e o Militar com 60 mil pessoas
aproximadamente.
Claro que este baixo
interesse merece um estudo mais aprofundado. Não temos apreciadores de arte ou
falta incentivo e apoio de diversos setores da administração? Acreditamos que
tenham sua parcela de responsabilidades Secretarias como Cultura, Turismo e até
Educação, visto que, em outros Estados, alunos da rede escolar visitam seus memoriais
em diversas excursões agendadas.
Quando os próprios governantes tratam seu patrimônio com descaso não se pode exigir do povo interesse cultural.
Exemplo típico é o destino dado ao IGTF (Instituto Gaúcho de Tradição e
Folclore) que foi extinto na administração passada e seu rico acervo, fruto de
anos de pesquisas de Barbosa Lessa, Paixão Côrtes, Lilian Argentina, Antônio
Augusto Fagundes e tantos outros folcloristas, estão a deriva neste mar de
descaso.
O estado de abandono e
deterioração transformando em taperas lugares que poderiam ser o manancial de
repasses as novas gerações é impressionante. Há pouco tempo atrás o Museu Júlio
de Castilhos, no centro do poder, em Porto Alegre, era uma verdadeiro aguaceiro
pois chovia mais dentro do que fora do velho casarão aonde morou este
governante rio-grandense. Isto sem falar que os funcionários tinham que fazer
"vaquinha" para comprar lâmpadas pois nem luz não tinha.
Nosso passado está morrendo nas mãos de pessoas sem a menor responsabilidade social e histórica.