FOI CRIADO POR UM GAÚCHO
Hoje, 20 de novembro, comemoramos (se existe algo a ser comemorado) o Dia Nacional da Consciência Negra em alusão a morte de Zumbi dos Palmares, último líder do maior quilombo do período colonial brasileiro, sendo feriado em mais de mil cidades e diversos Estados. Zumbi foi morto neste dia e mês no ano de 1695.
O irônico disto tudo é que no Estado aonde nasceu e viveu o mentor do Dia da Consciência Negra, o poeta, historiador e pesquisador Oliveira Ferreira Silveira, tal data não tem a mesma relevância que em outras localidades do País. Isto mesmo, estou me referindo ao Rio Grande do Sul.
Assim como o Museu do Povo Negro, que há nove anos não sai do papel, o ostracismo do nome de Oliveira Silveira é mais uma falha na memória do povo gaúcho (isto para não falarmos da Batalha dos Porongos, o fato mais nebuloso da Revolução Farroupilha - mas aí a coisa vai longe).
Oliveira Ferreira Silveira nasceu em Rosário do Sul, RS, em 1941. Era Filho de Felisberto Martins Silveira e de Anair Ferreira da Silveira. Criado na Serra do Caverá, zona rural famosa pela revolução de 1923. Oliveira Silveira formou-se em Letras (Português e Francês) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, foi pesquisador, historiador, Poeta, e um dos idealizadores da transformação do 20 de novembro, no dia da consciência negra no Brasil.
O irônico disto tudo é que no Estado aonde nasceu e viveu o mentor do Dia da Consciência Negra, o poeta, historiador e pesquisador Oliveira Ferreira Silveira, tal data não tem a mesma relevância que em outras localidades do País. Isto mesmo, estou me referindo ao Rio Grande do Sul.
Assim como o Museu do Povo Negro, que há nove anos não sai do papel, o ostracismo do nome de Oliveira Silveira é mais uma falha na memória do povo gaúcho (isto para não falarmos da Batalha dos Porongos, o fato mais nebuloso da Revolução Farroupilha - mas aí a coisa vai longe).
Oliveira Ferreira Silveira nasceu em Rosário do Sul, RS, em 1941. Era Filho de Felisberto Martins Silveira e de Anair Ferreira da Silveira. Criado na Serra do Caverá, zona rural famosa pela revolução de 1923. Oliveira Silveira formou-se em Letras (Português e Francês) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, foi pesquisador, historiador, Poeta, e um dos idealizadores da transformação do 20 de novembro, no dia da consciência negra no Brasil.
Oliveira Silveira e o vinte de Novembro e o MNU – Movimento Negro Unificado. Oliveira Silveira participava de um grupo informal que se reunia para discutir o Treze de Maio e o aspecto histórico deste dia e como ele se deu. Esta data não passava para ele um sentimento de Plena comemoração. Este Grupo reunia-se na Rua dos Andradas, em Porto Alegre. Nestas Reuniões, falavam muito sobre o assunto, desta insatisfação e da necessidade de haver uma data que unificasse o pensamento do povo negro brasileiro. A partir desta inquietação, Oliveira Silveira mergulhou em uma pesquisa profunda e detalhada sobre a história do negro no Brasil e o processo de resistência deste povo que nunca aceitou esta subjugação. Nesta pesquisa, se deparou com a história do Quilombo dos Palmares, uma comunidade formada por escravizados fugitivos e sua resistência ao processo de dominação, sua luta e de seu Líder “Zumbi do Palmares”, e com a data do seu assassinato, 20 de novembro. Com toda a certeza uma data com um grande significado, pois traduzia uma história de luta, bravura e resistência em que tombava um herói. A partir desse momento o Grupo começa as mobilizações para sugerir ao movimento negro a data de vinte de novembro como o dia Nacional da Consciência Negra. Oliveira Silveira ingressa no MNU-RS – Movimento Negro Unificado – Núcleo RS que tem atuação nacional até os dias de hoje que assume a defesa desta data no cenário nacional. Muitos Estados e Cidades decretaram o 20 de novembro feriado. Segundo O Grupo Palmares e a Revista Tição A criação do Grupo Palmares data-se do mês de julho de 1971. A criação da Revista “TIÇÃO" teve três edições, sendo a primeira revista que surge abordando a temática racial e valorizando a cultura e o protagonismo de negros e negras notáveis da época e da história, foi sem dúvida um marco importante para o movimento negro e na carreira de Oliveira. Como Escritor e Poeta, publicou várias obras como Germinou em 1962 , Poemas Regionais em 1968, Banzo, Saudade Negra em 1970, Decima do Negro Peão em1974, Praça da Palavra em 1976, Pelô Escuro em 1977, Cinco Poemas em Cadernos Negros 3 em 1980 Poesia São Paulo. Também teve participação no AXÉ - Antologia Contemporânea da Poesia Negra Brasileira publicado em 1982 pela Global Editora - São Paulo. Oliveira Silveira publicou crônicas, reportagens, contos e artigos. Participou com artigos e ensaios em obras coletivas, como o ensaio Vinte de novembro, história e conteúdo, no livro Educação e Ações Afirmativas, organizado por Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e Valter Roberto.Também atuou em grupos como Razão Negra, Associação Negra de Cultura, Semba Arte Negra. Foi integrante da Comissão Gaúcha de Folclore, Conselheiro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR/PR, integrando, nesse órgão com status de Ministério, o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR no período de 2004 a 2006.
PENSAMENTO POLÍTICO DE OLIVEIRA SILVEIRA Oliveira Silveira lutou pela a inclusão dos negros nos diversos espaços da sociedade: na educação, no emprego, na habitação, na saúde, na arte, na literatura, na mídia, na política. Lutou pelo respeito às diferenças e pela igualdade de direitos. Ele foi o “Poeta da Consciência Negra”. Oliveira Morre, mas sua Memória Permanece Viva Oliveira Silveira morreu aos 68 anos, no dia 1 de janeiro de 2009 e não viu seu sonho realizado, não desfrutou da liberdade plena tão sonhada, mas como Zumbi, morreu lutando.
OLIVEIRA SILVEIRA
“O poeta da Consciência Negra”