Num dia 23 de maio, do ano de 1992 morria o cantor argentino Athaualpa Yupanqui, que tinha por pseudônimo Héctor Roberto Chavero.
Athaualpa nasceu em Pergamino, Buenos Aires, em 31 de janeiro
de 1908. Foi compositor, cantor, violonista e escritor. É considerado um dos
maiores divulgadores da música folclórica daquele país. Suas composições foram
cantadas por grande artistas como Mercedes Sosa, Alfredo Zitarroza, Elis
Regina, entre outros.
Filho de pai quéchua e mãe basca, mudou-se ainda criança com
a família para Augustin Roca em cuja ferrovia seu pai trabalhava. Com seis anos
começou a ter aulas de violino e violão viajando diariamente 15 quilômetros
para suas aulas. Quando tinha 13 anos teve suas primeiras obras literárias
publicadas no jornal da escola. Nessa época, começou a utilizar o nome
"Athaualpa" em homenagem ao último soberano Inca. Alguns anos depois,
agregou "Yupanqui" ao seu pseudonômio, em homenagem a Tupac Yupanqui,
penúltimo governante inca.
Quando tinha 19 anos, compôs a canção: "Camino del Indio",
que se tornou um hino da identidade indígena na Argentina.
Depois de algum tempo viajando pelas Américas, em 1934,
regressou à Argentina para se estabelecer em Rosário na Província de Santa Fé.
Em 1935, mudou-se para Raco na Província de Tucumán. Percorreu muitas
províncias em lombo de mulas para melhor conhecer as antigas culturas
sul-americanas.
Em 1941, foi publicado seu primeiro livro de versos:
"Piedra sola".
Em 1945, se filiou ao Partido Comunista da Argentina, junto
com um grupo de intelectuais. Essa atitude resultou em represálias: proibiram
sua atuação em teatros, rádios, bibliotecas e escolas, além de ter sido preso
várias vezes.
Em 1947, publicou a novela "Cerro Bayo", que anos
depois seria o roteiro do filme: "Horizontes de Puedra", com música e
atuação como protagonista do próprio Yupanqui. Esse filme, em 1956, foi
premiado no Festival de Cinema da Tchecoeslováquia.
Em 1949, fez uma viagem para a Europa para apresentar-se em
diversos países. Em Paris gravou o disco "Minero soy", que obteve o
prêmio de melhor disco estrangeiro de um Concurso Internacional de Folclore. Em 1953, retornou à Argentina e tornou publica seu
desligamento do Partido Comunista da Argentina, que de fato ocorrera dois anos
antes.
Em 1965, publicou o livro poético-autobiográfico: "El
canto del Viento".
A partir de 1967 voltou a residir em Paris.
Em 1986, foi condecorado como Cavaleiro da Ordem das Artes e
das Letras na França.
Após sua morte seus restos mortais foram enterrados em Cerro
Colorado na Província de Córdoba.
Dentre suas canções mais populares, pode-se citar: "El
arriero", "Trabajo, quiero trabajo" e "Los ejes de mi
carreta".