Se tem algo que me
deixa deveras constrangido é quando alguém me chama de poeta. Não sou poeta.
Sou um fazedor de versos. Poetas foram Aureliano, Apparício, Jayme.... Poeta é
Rodrigo Bauer.
Hoje, aqui na velha e
sempre província de São Pedro, temos uma gama muito boa de poetas e este
missioneiro da Terra dos Presidentes é um verdadeiro sol nesta constelação de
estrelas.
Lembro quando, numa
quarta-feira a tarde, isto bem antes de darmos "ôh de casa" no século
21, José Hilário Retamozo adentrou nas dependências da Estância da Poesia
Crioula com aquele rapaz de bochechas rosadas a tira-colo. Queria filiar um
novo associado, Rodrigo Bauer.
De lá para cá tenho
acompanhado o trabalho deste sãoborjense que traz nas têmperas o mesmo pó da
terra de um Vargas Neto. Rodrigo Bauer andeja do galpão a casa grande com a
mesma naturalidade. Vai do verso um tanto jocoso a um poema romântico sempre
buscando o novo, a mensagem, a fuga do lugar comum. Pela rapidez do raciocínio
e conhecimento das causas que canta poderia ser um ótimo pajador.
São inúmeros os
festivais que já ganhou, são imensuráveis a qualidade das letras que escreve.
Artistas deste Rio Grande. Querem fazer sucesso? Gravem Rodrigo Bauer. Prova do
que falo é o recente "Xuxi" do Mano Lima, criada num piscar de olhos
a partir de uma foto vazada na internet.
Vida longa a poesia e
aos poetas desta querência.