Num dia 22 de janeiro, do ano de 1807, nascia em Rio Pardo-RS, José Joaquim de Andrade Neves, o Barão do Triunfo.
Filho de José Joaquim
de Figueiredo Neves e Francisca Ermelinda de Andrade, aos 19 anos de idade
sentou praça no 5° regimento de cavalaria. Pouco depois abandonou a carreira
para ajudar o pai na fazenda da família. Casou-se com Ana Carolina de Andrade
Neves com quem teve três filhos: Maria Adelaide de Andrade Neves, José Joaquim
de Andrade Neves Filho e Luiz Carlos de Andrade Neves. Era avô de José Joaquim
de Andrade Neves Neto.
Em 1835, quando
rebentou a Revolução Farroupilha, Andrade Neves, deixou a agricultura,
alistou-se, voluntariamente, no lado imperial. Tomou parte ativa em um grande número de
combates como membro da Guarda Nacional tendo se distinguido no ataque à ilha
do Fanfa (no rio Jacuí), onde Bento Gonçalves da Silva foi feito prisioneiro.
No combate de Taquari Andrade Neves recebeu dois ferimentos de bala, entretanto
permaneceu no campo de batalha até o término da luta. Sempre com a lança em
punho, à frente de seus esquadrões, serviu à causa da legalidade com
inexcedível bravura, até o Tratado de Poncho Verde.
Elevado a major da
Guarda Nacional em 1840 e a tenente-coronel em 1841. De alferes a
tenente-coronel, conquistou todos os postos no campo de batalha, por ato de
bravura. Por sua bravura foi convidado a entrar para o exército.
Carga da cavalaria do
General Andrade Neves no Combate de Peru-Huê, nas proximidades do Rio Hondo, em
3 de agosto de 1867.
Após um breve período
de vida, em paz, no campo, retorna às armas para lutar na Guerra contra Rosas,
em 1851, reunindo um grupo de voluntários, destacando-se na batalha de Moron.
Em 1864, quando da
invasão brasileira à República Oriental do Uruguai, para defender a vida e os
interesses brasileiros, o já General Andrade Neves ia à frente da 3ª Brigada de
Cavalaria. Por ocasião do Sítio de Montevidéu, foi ele designado para atacar a
fortaleza do Cerro. A 3ª Brigada avança e a guarnição iça a bandeira branca nas
ameias da muralha.Terminada a campanha no Uruguai, pelo tratado de 20 de
fevereiro de 1865, o exército imperial marcha a caminho do Paraguai. Penetrou
no território do Paraguai em 1867. Na batalha de Tuiucué, em 16 de julho de
1867, suas divisões tomam a trincheira de Punta Carapá, arrastando os
paraguaios em derrota até Humaitá. Em 3 de agosto derrota setecentos cavaleiros
em Arroio Hondo.
O barão do Triunfo na
passagem do Rio Surubi-hi (26 de Setembro de 1868), durante a Guerra do
Paraguai.
Em 20 de setembro toma
a vila de Pilar, em 3 de outubro defende a posição de São Solano, em 21 de
outubro ataca quatro regimentos de cavalaria paraguaias e os derrota. Sua
divisão era apelidada pelos paraguaios de caballeria loca de cuenta (cavalaria
louca varrida). Por causa desta vitória foi nomeado barão do Triunfo, em 19 de
outubro de 1867.
A partir de 1868 fez
diversos reconhecimentos para ajudar na Passagem de Humaitá, ao mesmo tempo
tomava Estabelecimiento da fortaleza, defendida por quinze canhões, apoiada por
dois navios com artilharia, além de dois fossos e bocas de lobo. Sob pesadas
perdas, foi ferido e teve seu cavalo morto, mandou desmontar sua tropa de
cavalaria e atacou a fortaleza até tomá-la. Participou da Batalha de Avaí.
Comandou as tropas que atacaram Lomas Valentinas pela esquerda, conseguindo
levá-las ao interior da posição fortificada, porém em meio da posição, uma bala
veio produzir-lhe grave ferimento no pé. Levado à Assunção foi recolhido ao
palácio tomado de Solano López. Nos delírios da febre que o devorava, sob
aquele clima de fogo, conta a lenda que o bravo general, como se naquele
trágico momento o animasse uma alma espartana, julgava-se ainda à frente dos
seus esquadrões e atirando as cobertas, brandava: "Camaradas!... mais uma
carga!" José Joaquim de Andrade Neves faleceu no palácio em 6 de janeiro
de 1869.