Por: Rogério Bastos
A Chama Crioula - Parte II
O Grupo dos Oito
O piquete que transladou os restos mortais de Davi Canabarro
ficou conhecido como o “Grupo dos Oito”, ou “Piquete da Tradição”. Era formado
por Antonio João de Sá Siqueira, Fernando Machado Vieira, João Machado Vieira,
Cilso Araújo Campos, Ciro Dias da Costa, Orlando Jorge Degrazzia, Cyro Dutra
Ferreira e João Carlos Paixão Cortes, seu líder.
A Chama Crioula – acesa pela primeira vez no dia 07/09/1947
A “Chama Crioula” representa, para o gaúcho e o
tradicionalista, a história, a tradição, a alma da sociedade gaúcha, construída
ao longo de pouco mais de três séculos. Em torno dela construímos um ambiente
de reverência ao passado, de culto aos feitos e fatos que nos orgulham, de
reflexão sobre a sociedade que somos e a que queremos ser.
Como um símbolo que une nosso estado, ela estará presente em
todos os galpões, todos os acampamentos, todas as manifestações de amor à
tradição, ardendo no candeeiro, sempre carregada de a cavalo por homens e
mulheres que sabem o que fazem e o que querem.
O acendimento oficial da Chama do Estado
Nas comemorações do sesquicentenário da Revolução
Farroupilha, um olhar diferenciado surge sobre a epopeia, novos escritos,
acontecimentos e um novo reconhecimento. No inicio, os festejos duravam em
torno de 13 dias (de 7 à 20/09), depois, por lei, ficou em 7. Atualmente, em
Porto Alegre, o Parque da Harmonia recebe seus acampados desde o final do mês
de agosto, mas é a partir do dia 7 de setembro, com o ato histórico de Paixão
Cortes e o piquete da tradição, que abrem oficialmente as comemorações na
capital. As atividades oficiais, pela lei, e no interior do estado, continuam
acontecendo à partir do dia 14.
Muitos lugares já têm em seu imaginário que as comemorações
estão acontecendo desde o momento em que é acesa a chama oficial do estrado em
um sítio histórico pelo Rio Grande do Sul. Esse evento acontece sempre no final
de semana mais próximo do dia 24 de agosto, data que marca o suicídio do
presidente Getulio Vargas. Em 1999 o acendimento da Chama Crioula foi realizado
em Pelotas, em uma homenagem ao centenário da União Gaúcha Simões Lopes Neto.
Em 2000 o acendimento ocorreu em Alegrete, na “Capela Queimada”. Os dois eventos
foram prestigiados pela direção do MTG, mas tiveram muita pouca participação
das coordenadorias regionais. Foram eventos locais, sem grandes repercussões na
mídia.
O acendimento da chama crioula se transformou em um grande
evento à partir de 2001, em Guaíba, em frente a casa de Gomes Jardim, com
participação das 30 RTs. Neste ano de 2014, a cidade escolhida, no congresso
tradicionalista, para receber o Rio Grande e gerar a chama, foi Cruz Alta –
“Terra de Erico Veríssimo”.