Organizadores e Avaliadores do 23º Ronco do Bugio
Mário Tressoldi, Paulinho Siqueira, Agnel Pacheco (patrão em exercício do CTG Rodeio Serrano), Mariane Soares (coordenadora do festival), Oscar dos Reis, Assis Tadeu Barbosa Velho (patrão licenciado) e este blogueiro em sua nona participação como jurado.
Brincadeiras a parte (em relação ao título da postagem e a tradicional obstrução das vias respiratórias durante o sono ocasionando um barulho constrangedor e que aumenta com o decorrer da idade, embora com este barulho eu também tenha uma relação muito forte) eu quero é falar sobre o Ronco do Bugio e a minha relação com este grande evento que ocorre em cima da serra, na minha São Francisco de Paula.
E quero contrariar o ditado de que "santo de casa não faz milagres".
O primeiro Ronco do Bugio ocorreu em maio de 1986 por iniciativa de um serrano, roqueiro, que nunca botou um pilcha na vida: João Cincinato Lucena Terra. Esse evento foi realizado num meio de semana sob as lonas de um circo instalado no campo municipal do Clube Atlético Serrano. Quem ganhou foi Leonardo e Os Monarcas com a música Levanta Bugio. Fui só assistir pois tudo era novidade para mim.
Na segunda edição, no ano seguinte, resolvi participar concorrendo com a música Um Bugio Na Constituinte que acabou sendo a Mais Popular. Eram só "cobras criadas" como José Claudio Machado, João de Almeida Neto, Os Serranos, Os Monarcas, Porca Véia, Os Mirins, e assim vai... Ganhou a composição de Apparicio Silva Rillo intitulada Bugio do Adeus, interpretada por Elton Saldanha.
No terceiro ano do festival concorri novamente com a música Bailanta Da Tiloca, interpretada por Paulo Fogaça, Porca Véia, Leonel Fabiam, Paulinho Reis e mais um eito de amigos. Tal letra fazia referência a tasca (cabaré) de São Chico que era administrada por uma mulher (Tilóca) sempre vestida de bombachas... Adivinhem se tal música não foi a mais popular novamente?
Da quarta edição em diante, quando meu amigo Jari Reis assumiu a coordenação, resolvi participar colaborando e por três anos consecutivos fiz a capa do disco e os cartazes do festival.
Em 1993 resolvi concorrer novamente e aí ocorreu uma das maiores injustiças com este vivente. Minha letra Brasil de Bombachas, musicada pelos Tiranos, que hoje é um clássico gauchesco e que foi regravada pelos Monarcas ficou entre as 12 mas não recebeu nenhum prêmio. Mas tudo bem. Cada cabeça, uma sentença...
Em 1995 foi criada a categoria juvenil (até 15 anos) a qual venci com este violonista que talvez vocês conheçam: Yamandu Costa. É uma das raras músicas em que o Yamandu canta.
Em 1997, o Ronco foi organizado em conjunto pelos grupos Os Tiranos, Os Serranos e Os Mirins. Foi a primeira vez em que fui jurado.
Nas 13ª, 14ª e 15ª edições, a convite do Prefeito Bandoca, fui Coordenador Geral do Festival. Para meu orgulho lotamos sempre o Ginásio de Esportes (com capacidade para 4 mil pessoas) sendo que, em uma delas, tivemos que abrir uma bilheteria suplementar para atender as longas filas que se formavam devido aos belos espetáculos contratados da Argentina (Antonio Tarragó Ross), do Uruguai (Carlitos Magajanes) e do Brasil (Adelar Bertussi).
Na 15ª edição do Ronco resolvi escrever um livro retratando tudo que havia acontecido nestas edições anteriores.
A partir daí, mesmo trocando as administrações municipais (as quais agradeço pela confiança), tenho participado, ajudando, criando capas (oito no total), servindo de avaliador e no que precisarem de mim.
Nesta edição de agora completo minha nona participação como jurado e, creio eu, seja um recorde de um avaliador em um mesmo evento. Contudo, penso sinceramente que está na hora de parar para, talvez, dar uma nova guinada no próprio evento. Uma mudança de ares, pois esta vinculação também tem seus percalços.
Mas reafirmo: - minha relação com o Ronco fez e sempre fará parte de meu ser, de minha existência, de minha história nativa.
