FOI O IDEALIZADOR DE 20 DE NOVEMBRO COMO
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Oliveira Ferreira Silveira nasceu em Rosário do Sul, RS, em 1941. Era Filho de Felisberto Martins Silveira e de
Anair Ferreira da Silveira. Criado na Serra do Caverá, zona rural famosa
pela revolução de 1923.
Oliveira Silveira formou-se em Letras (Português e Francês) pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, foi pesquisador,
historiador, Poeta, e um dos idealizadores da transformação do 20 de
novembro, no dia da consciência negra no Brasil.
Oliveira Silveira e o vinte de Novembro e o MNU – Movimento Negro Unificado.
Oliveira Silveira participava de um Grupo informal que se reunia para
discutir o Treze de Maio e o aspecto histórico deste dia e como ele se
deu. Esta data não passava para ele um sentimento de Plena comemoração.
Este Grupo reunia-se na Rua dos Andradas, em Porto Alegre. Nestas
Reuniões, falavam muito sobre o assunto, desta insatisfação e da
necessidade de haver uma data que unificasse o pensamento do povo negro
brasileiro. A partir desta inquietação, Oliveira Silveira mergulhou em
uma pesquisa profunda e detalhada sobre a história do negro no Brasil e o
processo de resistência deste povo que nunca aceitou esta subjugação.
Nesta pesquisa, se deparou com a história do Quilombo dos Palmares, uma
comunidade formada por escravizados fugitivos e sua resistência ao
processo de dominação, sua luta e de seu Líder “Zumbi do Palmares”, e
com a data do seu assassinato, 20 de novembro. Com toda a certeza uma
data com um grande significado, pois traduzia uma história de luta,
bravura e resistência em que tombava um herói. A partir desse momento o
Grupo começa as mobilizações para sugerir ao movimento negro a data de
vinte de novembro como o dia Nacional da Consciência Negra. Oliveira
Silveira ingressa no MNU-RS – Movimento Negro Unificado – Núcleo RS que
tem atuação nacional até os dias de hoje que assume a defesa desta data
no cenário nacional. Muitos Estados e Cidades decretaram o 20 de
novembro feriado. Ironicamente o estado do Rio Grande do Sul, onde
nasceu e viveu Oliveira Silveira, apesar da mobilização e pressão do
Movimento Social Negro ainda não decretou. O Grupo Palmares e a Revista Tição
A criação do Grupo Palmares data-se do mês de julho de 1971. A criação
da Revista “TIÇÃO" que teve três edições, a primeira revista que surge
abordando a temática racial e valorizando a cultura e o protagonismo de
negros e negras notáveis da época e da história, foi sem dúvida um marco
importante para o movimento negro e na carreira de Oliveira. Como
Escritor e Poeta, publicou várias obras como Germinou em 1962 , Poemas
Regionais em 1968, Banzo, Saudade Negra em 1970, Decima do Negro Peão
em1974, Praça da Palavra em 1976, Pelô Escuro em 1977, Cinco Poemas em
Cadernos Negros 3 em 1980 Poesia São Paulo. Também teve participação no
AXÉ - Antologia Contemporânea da Poesia Negra Brasileira publicado em
1982 pela Global Editora - São Paulo. Oliveira Silveira publicou
crônicas, reportagens, contos e artigos. Participou com artigos e
ensaios em obras coletivas, como o ensaio Vinte de novembro, história e
conteúdo, no livro Educação e Ações Afirmativas, organizado por
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e Valter Roberto.Também atuou em
grupos como Razão Negra, Associação Negra de Cultura, Semba Arte Negra.
Foi integrante da Comissão Gaúcha de Folclore, Conselheiro da Secretaria
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da
República – SEPPIR/PR, integrando, nesse órgão com status de
Ministério, o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR
no período de 2004 a 2006.
PENSAMENTO POLÍTICO DE OLIVEIRA SILVEIRA Oliveira Silveira
lutou pela a inclusão dos negros nos diversos espaços da sociedade: na
educação, no emprego, na habitação, na saúde, na arte, na literatura, na
mídia, na política. Lutou pelo respeito às diferenças e pela igualdade
de direitos. Ele foi o “Poeta da Consciência Negra”. Oliveira Morre, mas
sua Memória Permanece Viva Oliveira Silveira morreu aos 68 anos, no dia
1 de janeiro de 2009 e não viu seu sonho realizado, não desfrutou da
liberdade plena tão sonhada, mas como Zumbi, morreu lutando.
OLIVEIRA SILVEIRA
“O poeta da Consciência Negra”