RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Preparativos para o casório

sábado, 2 de novembro de 2013

NOVO TRABALHO DE "OS TIRANOS"


MEU CHÃO GAÚCHO


Recebi o mais recente CD do grupo Os Tiranos, de São Francisco de Paula. Sou suspeito ao falar desta rapaziada pois tenho diversas parcerias com o Angelo e com o Ricardo Marques, proprietários do conjunto. Músicas que fizeram sucesso como Brasil de Bombachas, Gaúchos do Litoral e outras tantas. Neste CD que ora é lançado, novamente compareci, com duas letras: "Estou com Saudades" e "Tipo Bicho". Aliás, para o meu gosto, Tipo Bicho, um bugio de quatro costados, ficou uma das melhores do disco.

Falar sobre Os Tiranos é chover no molhado. Dizer que é um grupo autêntico, de sucesso, de qualidade musical, não traz novidade nenhuma. É de conhecimento de todos o valor destes filhos de São Francisco de Paula.

Mas este disco, novamente, veio com tudo. Um repertório selecionado a dedo, bons compositores, qualidade vocal e instrumental, ou seja, tudo que é preciso para uma obra alcançar o reconhecimento.

Para contatar Os Tiranos e garantir um fandango de sucesso, basta ligar: (54) 32442929 / (54) 99779518 (Angelo) / (54) 99779041 (Ricardo).

E se o amigo desejar escutar esta letra num bugio velho bem serrano, que compre o CD MEU CHÃO GAÚCHO, com Os Tiranos.



TIPO BICHO
Letra: Léo Ribeiro
Música: Angelo e Ricardo Marques

Eu moro solito num fundo de campo,
a luz do meu rancho é um fogo gaúcho,
um cepo de angico eu faço de banco,
meu relógio véio é o ronco do bucho.

De barba tordilha que não vê navalha,
melenas caídas num lenço encarnado,
mas a minha estampa não me atrapalha
e seguidamente m’encontro casado.

Eu sou o que sobra de um tempo que foi,
garrão encardido da curva da espora,
me sinto a vontade no meio dos bois
meio tipo bicho pras coisas de agora.

Somente a cordeona de voz bem campeira
me faz dar uns pontas nas águas do rio
e na noite grande seguir a boieira
pra num bailezito dançar um bugio.

Coiceando as cobertas eu pulo do catre
de pronto pra lida no canto do galo
eu lavo meus rins no verde de um mate
engulo um café e já tô de acavalo. 

E vejo da encilha um mundo perfeito
de lagoas mornas no ventre do pago
- “Mas que natureza”, exclama meu peito,
vem desse atavismo a rudeza qu’eu trago.

Eu sou o que sobra de um tempo que foi,
garrão encardido da curva da espora,
me sinto a vontade no meio dos bois
meio tipo bicho pras coisas de agora.

Somente a cordeona de voz bem campeira
me faz dar uns pontas nas águas do rio
e na noite grande seguir a boieira
pra num bailezito dançar um bugio.

Aqui onde eu vivo não tem mau-olhado,
se o corpo adoece o chá é quem cura
arnica é o remédio pr’algum machucado
pra dor da saudade eu tomo uma pura!

Até nem precisa mas só por mania
carrego a garrucha sempre embuchada
assim nestes brejos eu passo meus dias
e a vida que eu levo não troco por nada.