Depois de três anos buscando redução de tributos, a
indústria de erva-mate se viu frustrada com a decisão da presidente Dilma
Rousseff de vetar a isenção de PIS/Cofins ao setor. Matéria-prima de uma das
principais tradições gaúchas, o produto
havia sido incluído na medida provisória 609,criada para beneficiar itens da
cesta básica. Quarta-feira, as sanções e os vetos da presidente com relação à
medida, cujo intuito era aliviar a pressão sobre a inflação, foram publicadas
no Diário oficial da União.
- Tínhamos uma expectativa muito grande de que a desoneração
fosse sancionada, já que a Dilma é praticamente gaúcha – Diz Alfeu Strapasson,
presidente do Sindicato da Indústria do Mate no estado (Sindimate) e do Instituto
Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate) em referência à familiaridade da presidente
com o Estado em que construiu sua vida política.
Com a isenção se buscava dar fôlego à indústria que vem sofrendo com falta de matéria-prima. A medida ajudaria na absorção de custos.
Tal escassez é resultado de um cenário desenhado nos últimos 10 anos, em que a área plantada com erva-mate encolheu 30% e o consumo mundial do produto cresceu. Na prática, esse descompasso já resultou em uma alta de preços para o consumidor final,com acúmulo de cerca de 50% nos últimos meses, de acordo com Strapasson. E há a tendência de que o produto continue subindo nos próximos dois anos, até a retomada do equilíbrio entre oferta e a demanda. Com os impostos ainda pesando na lista de obrigações, tudo indica que o mate continuará ainda mais amargo.
Gisele Leoblein - Informe Rural - ZH
Gisele Leoblein - Informe Rural - ZH