RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

sexta-feira, 24 de maio de 2013

NINGUÉM SAI DE LOMBO LISO!



Não sou jornalista, mas caso exercesse esta profissão, gostaria de ser meio assim como o Giovani Grizotti, ou seja, um repórter investigativo, instigante, inconformado, mostrando a todos os meandros, as entrelinhas, a corrupção.  

Aliás, falando em corrupção, sempre tive orgulho de ser gaúcho porque, além de todos os predicados culturais que possuímos, eu me achava um ser imune aos arroubos políticos e a famigerada corrupção. Eu tinha para mim que os mãos-peladas, os graxains (foto acima), as raposas, enfim, os bichos sorrateiros, só vinham até a divisa do Rio Mampituba e, por uma questão de criação, não adentravam na Estância de São Pedro. Até levava na brincadeira quando a história registrava em seus anais que na Revolução Federalista, lá por 1923, onde pelearam irmãos contra irmãos, maragatos verso chimangos, até morto votava na eleição de Borges de Medeiros para mandatário maior do Rio Grande. Santa ingenuidade, quanta ignorância a minha... 

A partir do escândalo do DETRAN e culminando com o episódio do leite adulterado, passando dentre estes dois eventos marcantes centenas de falcatruas, onde o próprio chefe da "balada segura", é preso dirigindo gambá (vocês viram, neste domingo os apenados de Viamão entrando e saindo da cadeia por uma escada, para irem assaltar?), eu cheguei a conclusão que sem-vergonha independe de geografia, do lugar em que nasce e que, assim como o crack, é uma droga disseminada pelo Brasil inteiro.

E o pior é que muitos envolvidos até as paletas nestes escândalos vergonhosos, por falhas processuais, agora, vem pagar de inocentes... E tenham a certeza: áqueles que brincam com a honra logo-logo estarão no "mercado" novamente (muitos nem saíram) através do nosso voto. 

Mas meu orgulho de Estado e povo politizado não existe mais e o último grão-de-areia da minha ampulheta de crença nesta classe, se esvaiu quando o senador gaúcho Paim, que sempre apoiei, votou em Renan Calheiros para presidente do Senado.

Essa gente não sabe que, agindo assim, macula um histórico de grandes tribunos que tivemos. Gente que trazia na testa a marca de um povo ajuizado. 

Estamos no mesmo saco de gatos, gauchada amiga, e deixamos o pêlo no alambrado que separa os ladinos dos honestos, ou seja, NINGUÉM MAIS SAI DE LOMBO LISO!  

Em Tempo (e sempre hay tempo): Aproveito a olada para saudar aquela meia dúzia de políticos que não se deixam levar pelas ruelas da corrupção.