segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

RETROSPECTIVA GAUDÉRIA 2010

ABRIL

Dando seguimento a nossa restrospectiva gaudéria de 2010, apontando os fatos mais marcantes do tradicionalismo neste ano que está terminando, vamos para o mês de abril.

FESTIVAL DA BARRANCA EM SÃO BORJA. No dia 1º de abril mais de trezentas pessoas entre, intelectuais, políticos, músicos, compositores, contadores de causos, reuníram-se ás margens do Rio Uruguai, em São Borja, para a 39ª edição do Festival da Barranca, um evento diferenciado de todos os outros que se realizam no Estado. Primeiro porque não é um festival aberto, só participam convidados. Segundo, porque não há premiações em dinheiro. As pessoas lá estão por puro prazer de rever amigos e descontrair das labutas do dia-a-dia.

O tema musical para os concorrentes é sorteado na primeira noite e, a partir daí, cada grupo se reúne para desenvolver o que foi proposto. Tudo isto em meio a muita alegria e descontração. Peixe que é bom, muito pouco.

Contudo, este ano a Barranca estava bem mais triste. José Lewis Bicca, um dos idealizadores e criadores do Festival faleceu em setembro de 2009. Sua presença na entrada do pesqueiro, recebendo a todos e sendo apresentado aos novatos fez muita falta além, é claro, da imensa saudade.

"Zé" Bicca, o Generoso, ao lado de Apparício da Silva Rillo, foi o criador dos Grupo de Arte Nativa Os Angüeras, de São Borja. Gente voltada para a pesquisa, a musicalidade e a cultura da região das missões.

Mas, como se manifestou Elton Saldanha, "um Barranqueiro não morre, ele parte para cantar no céu e se eternizar na irmandade das estrelas".

Eu me chamo Generoso,
morador do Pirapó.
Aprendi dançar com as moças
nos bailes, de palitó.


Ausência foi o tema geral da 39ª edição do Festival da Barranca. A proposição tem tudo a ver com as ausências mais recentes dos Barranqueiros José Lewis Bicca e do Caéco (Luiz Carlos Miranda Batista) falecidos em 2009.

Com um prazo de 24 horas para desenvolver letra e música e com 40 composições concorrentes, saíram-se vencedores:

1º Lugar: Nas Gavetas da Memória, de Rafael Ovídio (Cabo Deco), Miguel Tejera e Piriska Grecco.

2º Lugar: Quando as Vozes se Calam, de Flori Wegher, Jauro Ghelen e Glenio Lemos Vieira.

3º Lugar: Zé, de Silvio Genro.

Melhor Letra: A Folha em Branco do Papel, de Takano Grecco

Troféu Cigarra (para quem fica mais tempo tocando durante o festival) Samuel Costa

Também estiveram presentes velhas legendas do Rio Grande como Telmo de Lima Freitas, Nico Fagundes e Tadeu Martins que, com poemas e crônicas, emocionaram a todos os presentes.

ENCONTRO DE GAITEIROS. Também ocorreu em abril, mais precisamente no dia 28 o Encontro de Gaiteiros, na cidade de Erechim, reunindo, na terra dos Monarcas, dezenas de acordeonistas que levam alegria e boa música por este Rio Grande de São Pedro.