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domingo, 26 de dezembro de 2010

OS BADALOS DOS SINOS

São 8 hs e 30 min deste domingo pós natal. Ao que parece, um dia bonito, pois o sol adentra pelas quinchas do rancho. Estou em São Francisco de Paula.

Do meu catre, escuto o tocar dos sinos da Igreja Matriz, á poucas quadras de casa. É bonito acordar com o retrechar de badalos que brotam do campanário e se perdem cidade a fora.

Mas nem sempre é assim.

A minha cidade natal tem uma característica que, por vezes conto e, gente que não conhece desacredita do que digo. É o seguinte: se tocar os sinos de noite, é algum incêncio. Nunca me esqueço quando, na década de setenta, numa noite com a mais forte nevasca que já vi por estas bandas, tocou o sino de madrugada. Era um incêncio na minha rua Barão do Santo Ângelo na casa da professora Guiomar. Que cena inesquecível. O fogo destruindo a casa e a neve caindo...

Mas a caracquerística mais importante dos sinos da minha cidade é quando falece alguém. Os sinos tocam num ritmo compassado, como uma marcha fúnebre. Os serranos param o que estão fazendo para escutar, através dos alto-falantes postados na torre da igreja, o nome de quem morreu. São Francisco de Paula tem duas rádios, mas este costume de anunciar mortes através dos badalos dos sinos, continua.

Nesta manhã, quando acordei com os sinos retrechando, era apenas o chamado para a santa missa. Ainda bem!