RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

domingo, 24 de outubro de 2010

O GRENAL NA VIDA DOS GAÚCHOS

Peleia no Grenal de inauguração do Beira Rio, em 1969. Foram expulsos 20 jogadores. Alberto (goleiro do grêmio) e Dorinho (meio campo do Inter), os únicos que não entraram na contenda, ficaram marcados por suas torcidas.

Existem atividades como política, esporte, turismo, etc... que estão intrínsicas no dia-a-dia de cada povo. Embora o público alvo de nosso blog seja o tradicionalista, não pode passar batido, como cavalo de carreira, algo que mexe com todos os gaúchos. O Grenal.

O Grenal é como o chimarrão, como o churrasco, como a bombacha, a música nativa, as tradições, o cavalo, o cachorro, as histórias e lendas deste pago, os campos abertos, o vento, a prenda linda... O Grenal faz parte da vida do gaúcho.

O povo riograndense é conhecido por sua dualidade. Não tem meio termo. A frase "em cima do muro" não cai bem com os habitantes do sul. É assim desde a formação desta terra. Na revolução, ou é chimango ou é maragato; na política, apesar da salada de frutas atual, ou é PT ou anti-PT (posição oriunda da velha ARENA e o velho MDB); no futebol, ou é gremista ou é colorado.

É claro que o Grenal, assim como outros clássicos regionais, perdeu muito do seu romantismo. O profissionalismo retirou o amor a camiseta (que vai bem além de beijar o escudo na hora da contratação). Cada jogador pensa em si e aonde estará amanhã. Hoje, atletas colorados fazem festas (para não dizer outra coisa) em apartamentos de jogadores gremistas, e vice-versa.

Antigamente não! Em outras épocas jogadores de um time nem falava com seus adversários e isto era transmitido para a torcida. Se foi o tempo dos estádios com alambrados enferrujados separando os times dos torcedores (isso quando não era apenas os "amarra-cavalos"). Já vão longe os tempos de Grêmio e Inter compostos apenas por jogadores gaúchos (o Grêmio não tem nenhum em seu escrete titular), times de raça, voluntariosos, batalhadores por suas cores. Hoje os craques produzidos aqui no sul saem de fraldas, para os campos europeus, árabes, japoneses...

Por este motivo é que quando ídolos como o ex-zagueiro do Inter, Gamarra e o atual treinador do Grêmio, Renato, dizem que jamais vestiriam as cores azul e vermelha, respectivamente, suas torcidas vão a loucura.

Mas... não adianta lamentar. Adianta, sim, é fazer a nossa parte. Ir ao estádio, cantar o Hino Rio Grandense de toda a garganta (acho que é o único Estado em que as torcidas cantam seu Hino nas arquibancadas), levar as bandeiras de seus clubes e torcer, civilizadamente. Bom Grenal a todos (especialmente para mim)!

Neto Fagundes e Renato Borghetti. Grenal de artistas. "Numa boa"!

E para não fugir do propósito artístico e cultural desta página eletrônica, vamos fazer aqui um grenal de artistas deste Rio Grande. Apenas alguns, é claro, pois todo o poeta, cantor, declamador, escritor, artista plástico, enfim, todos, tem o seu time do coração.

Gremistas:
Renato Borghetti, Luiz Carlos Borges, João de Almeida Neto, Léo Almeida, Cristiano Quevedo, Shana Muller, Érlon Péricles, Pedro Junior da Fontoura, Luiz Marenco, Antonyo Rycardo, Rui Biriva, Antônio Augusto "Nico" Fagundes, Luciano Maia, Jean Kirchoff, Daniel Torres, Osvaldir, Carlos Magrão, Fábio Vargas (Tche Guri), Edson Dutra, Teixeirinha Filho, Gildinho, Glenio Reis, Porca Véia.

Colorados:
Neto Fagundes, Cesar Oliveira, Rogério Melo, Elton Saldanha, Ernesto Fagundes, Bagre Fagundes, Flavio Hanssen, Paixão Cortes, Arthur Bonilla, Nenito Sarturi, Nilton Ferreira, Dorotéo Fagundes, Volmir Martins, Gaúcho da Fronteira, Angelo Franco, Analise Severo, Odilon Ramos, Victor Hugo, Vaine Darde, Regis Marques, Joca Martins, Pirisca Grecco, Rodrigo Bauer, Mauro Moraes.

Colaborou com os times dos artistas: Jairo Reis, um colorado roxo.