RETRATO DA SEMANA


sábado, 15 de novembro de 2025

 


PARA QUE FACILITAR

(SE PODE COMPLICAR)


A primeira Califórnia da Canção Nativa ocorreu em Uruguaiana no ano de 1971. O evento foi o precursor do movimento festivaleiro, ou movimento nativista, como queiram. 

Dezenas e dezenas de festivais seguiram-se a "Califa" no Estado mas parece que muitos não aprenderam, ainda, como se organiza um festival. A desorganização e o protecionismo andam de vento em popa e, muitas vezes, na formação do júri a gente já percebe quem vai ganhar o certame musical.  

Esse fator não é culpa somente dos jurados mas também de quem coordena o evento, total são estes que escolhem a comissão.  

Num festival recente que aconteceu aqui pela fronteira uma música em que o cantor interpretou totalmente desafinado do começo ao fim recebeu o primeiro lugar. Todos, inclusive os integrantes do grupo vencedor, estranharam aquele prêmio. Sendo assim, defendendo a música de qualquer jeito, não precisa nem subir ao palco. É só entregar o prêmio já na triagem. 

Agora a coisa estourou num festival tradicional, renomado, reconhecido no Rio Grande do Sul. A Tertúlia Musical de Santa Maria. 

O que aconteceu: Fizeram a triagem das músicas concorrentes através de notas e não da opinião, da conversa, dos debates, das justificativas de cada avaliador.  

Ocorre que neste modelo (por nota) se o jurado tiver segundas intenções ele classifica quem quiser. É só dar nota baixa para uns e alta para outros. 

Não estamos afirmando que o ocorrido na Tertúlia foi proposital mas tudo ficou muito nebuloso pois a discrepância entre as notas foi absurda. É só olhar as planilhas que circulam por aí. 

Dois jurados taparam de nota 1 para algumas concorrentes e 8 para outras enquanto os demais avaliadores mantiveram uma avaliação mais harmônica. Resultado: A "opinião" destes dois teve mais peso do que a dos outros três.  

A triagem das músicas de um festival é simples. Tem que ser feita por escolha da maioria e não por nota e, se for por nota, tem que eliminar a mais baixa e a mais alta. 

Outra coisa. 

Tem que limitar o número de inscrições. Tem festival por aí, inclusive de poesia, que prima pela quantidade de concorrentes. Aí colocam nas redes sociais: O nosso festival teve tantos inscritos, daqui, dali, de acolá.... forma antiga de impressionar o prefeito. A qualidade que se dane. 

Mas enfim. Se pode complicar....