RETRATO DA SEMANA

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Prendas do Rio Grande do Sul 25/26

sexta-feira, 2 de maio de 2025

 


100 ANOS DE UMA JORNADA ÉPICA 


Gato, Mancha e o suíço Aimé Félix Tschiffely


Gato e Mancha eram dois cavalos Crioulos que, juntamente com o aventureiro suíço Aimé Tschiffely, realizaram uma viagem épica de Buenos Aires a Nova Iorque, atravessando três continentes. Essa jornada, que durou mais de três anos, é considerada um marco na história da equitação e da exploração.

Um dos grandes feitos promovidos pelo cavalo Crioulo completou em 23 de abril, 100 anos. Em 1925, o suíço Aimé Félix Tschiffely iniciou uma peregrinação com dois animais da raça. Os cavalos Gato, com 16 anos, e Mancha, com 15 anos, de propriedade da Estância El Cardal, do criador Emilio Solanet, partiram de Buenos Aires e atravessaram 21,5 mil quilômetros até chegar em Nova Iorque no dia 22 de setembro de 1928, com direito à desfile na famosa Quinta Avenida, que parou para reverenciar o feito.

O objetivo de Tschiffely era realizar a travessia das Três Américas no lombo dos dois animais. Foram 504 etapas com percursos médios de 42,6 quilômetros por dia. No caminho, enfrentaram a altitude de 5,9 mil metros do Passo de El Condor, na Bolívia, depois de ter enfrentado as nevascas da Cordilheira dos Andes. No caminho das 23 nações que atravessaram, alguns obstáculos como o Deserto Mata-Cavalo, no Peru, e selvas da América Central não foram páreos para a resistência dos animais, que cresceram na Patagônia e estavam acostumados às adversidades do clima.

A jornada de Gato, Mancha e Tschiffely foi eternizada no Museu Enrique Udaondo na cidade de Luján, província de Buenos Aires. Os dois animais foram embalsamados após suas mortes, nos anos 40, e estão expostos no local. O desbravador suíço, falecido em 1954, teve suas cinzas sepultadas em Ayacucho, onde fica a Estância El Cardal.