CHICO DIABO
O GAÚCHO QUE MATOU SOLANO LÓPEZ
No dia 01 de março fizemos uma postagem sobre a morte do ditador paraguaio Francisco Solano López, ocorrida neste dia e mês, no ano de 1870. O que poucos sabem é que foi um soldado gaúcho quem matou o ditador paraguaio.
Na manhã de 1° de março de 1870, estava o Marechal Francisco Solano López, ditador do Paraguai, acampado em Cêrro-Corá, com os últimos restos do seu exército. Eram cerca de quatrocentos homens, combalidos, mal trajados, famintos e quase inermes. Estavam todos à vontade, sem sequer suspeitarem que as forças brasileiras andavam perto, iniciando a Batalha de Cerro Cora.
Os paraguaios já estavam em desordem. Enquanto uns eram mortos e outros aprisionados, os restantes procuravam fugir. Alguns ginetes, provavelmente seis, tendo à frente o Cabo José Francisco Lacerda, vulgo Chico-Diabo, ordenança do Cel. Silva Tavares, conseguiram cercar Solano López, que fugia a cavalo, acompanhado do Cap. Francisco Arguello e do Alferes Chamorro, ambos paraguaios.
Nascido em Camaquã, em 1848, aos 17 anos de idade José Francisco Lacerda foi convidado pelo coronel Joca Tavares para integrar o contingente dos “Voluntários da Pátria” do Rio Grande do Sul que lutariam na Guerra do Paraguai.
Os brasileiros intimaram López a render-se. Chico-Diabo e um soldado aproximaram-se do ditador, para prendê-lo. López, com a espada desembainhada, tentou ferir o Chico-Diabo; mas este, desviando-se, desfechou-lhe um golpe de lança, que o atingiu em cheio.
Chico Diabo ficou com uma faca de ouro e prata de Solano López. Por coincidência, a arma tinha as mesmas iniciais do seu nome: FL. Como recompensa, recebeu cabeças de gado e teve seu nome popularizado com a quadrinha “o cabo Chico Diabo, do diabo Chico deu cabo”.
Segundo o que a história conta, o golpe foi aparentemente fatal, embora, na sequência, o soldado gaúcho João Soares, tenha alvejado López com um tiro de revólver.
Chico faleceu em 1893 no Uruguai. Anos depois seus restos mortais foram recolhidos pela família no país vizinho e novamente enterrados no Cemitério da Guarda, em Bagé. O jazigo recebe cuidados até hoje e representa uma grande atração turística da cidade.