RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
VEM AÍ O 32º RONCO DO BUGIO. Dias 30 de agosto e 1 de setembro no CTG Rodeio Serrano, em São Francisco de Paula. Gravura: Léo Ribeiro

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

 

BENZER TORMENTAS

 

Quando se apruma a tormenta, o melhor a fazer é rumar para o rancho
Gravura: Vasco Machado


A sexta-feira, 25, amanheceu com nuvens de chumbo estaqueadas pelo céu do Rio Grande. Depois das enchentes ocorridas em maio qualquer chuvisqueiro nos assusta. 

Aprendi, com os mais velhos, diversas teorias de como se proteger das tormentas.  

Se estiver em uma área rural, devemos observar o seguinte: Não abrigar-se em baixo de árvores; Não ficar próximos a animais ou andar a cavalo; Não ficar próximo a cerca de arame; Não carregar objetos metálicos pontiagudos, como enxadas, pás e facões; Evitar ficar próximo de veículos como tratores, carros ou dentro de carroceria de caminhão; Não abrigar-se em áreas cobertas que protegem da chuva mas não dos raios, como barracos e celeiros; Não caminhar em áreas descampadas; Evitar lugares altos.

Se estiver dentro do rancho: Evitar utilizar equipamentos elétricos; Não ficar próximo a janelas e portas metálicas ou mesmo à rede hidráulica como torneiras e canos. 

Para quem acredita, uma simpatia muito usual em nosso interior é "benzer a tormenta", ou seja, pega-se uma adaga, ou um machado, aponta-se o fio destes instrumentos para a tormenta e reza-se uma oração específica. Após, enterra-se tais objetos até que passe a tempestade. 

No folclore regional existem alguns ditados fazendo referência aos raios como: Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar ou, quando se pretende esculachar uma pessoa, se larga essa: um raio não cai em pau deitado, que seria o mesmo que "não se gasta chumbo em chimango".

Mas a pior das tormentas, é a da vaidade pessoal. Para esta desventura... raios que a partam.

Na verdade o que falta é uma conscientização mundial de preservação da natureza. A ambição, o consumismo, a disputa econômica, o envenenamento das lavouras, as queimadas desregradas, e outros tantos males fazem o povo ficar refém destas tragédias climáticas.