RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

sábado, 3 de agosto de 2024

 

MOROCHA FAZ 40 ANOS!


Davi Meneses e Mauro Ferreira


Lá se vão 53 anos da primeira Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, festival que deu início a todo o Movimento Nativista no Estado. Neste período, quantos eventos similares aconteceram? Tivemos um período com mais de 100 festivais ao ano. Se multiplicarmos os festivais pelo número de composições concorrentes quantas músicas teríamos? Imensurável. Mas uma coisa é certa: O trabalho mais polêmico de todos foi a música Morocha (Mulher Morena) apresentada no ano de 1984 na 4ª Coxilha Nativista, ou seja, a exatos 40 anos, pois o evento esta acontecendo nesta semana na cidade de Cruz Alta. Morocha angariou o segundo lugar na competição mas, com certeza, o primeiro prêmio em assunto mais comentado até os dias de hoje pois, acusada de machismo, a canção é uma sátira que provocou e provoca debates acalorados desde que foi apresentada.  

Sobre o tema, o autor da letra Mauro Ferreira se pronunciou em sua conta no Facebook esta semana:  

Eu tinha um início de letra e melodia, e já tinha feito a minha canção para o festival que ocorria na marcação do Rincão do Inferno. Me topei com o Roberto Ferreira perto do galpão dos arreios, ele também já tinha feito sua canção. Olha isso, Alemão. E nos sentamos nuns pelegos, e nos divertimos com a sátira que nascia entre violões e gargalhadas. Depois foi o Antônio Augusto que insistiu para que inscrevêssemos na Coxilha (pai, tu é louco, vão bater nosso brim se passar na prévia). Então se juntou o Davi Meneses e seu talento interpretativo, mais o Bastos, o Choio e o Clemar, e a canção mais polêmica da história dos festivais explodiu na comunidade gaúcha. Foram 5 troféus no Festival. Foram anos de debates ininterruptos nos jornais (tempo dos debates em letra impressa), e a discussão indispensável que traz luz a todos os temas.

40 anos. O tempo passa. Este Mauro de hoje manda um abraço ao menino da foto, que com 20 anos já trazia a irreverência pra cutucar os preconceitos com vara curta, e estereotipar um problema que hoje, 4 décadas passadas, ainda assola nossa sociedade.