RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

REPONTANDO DATAS / 19 DE AGOSTO


Nosso quadro repontando datas tem uma receptividade muito boa principalmente entre comunicadores de rádio voltados para a programação regional. Para agregar mais informações, algo que vá além do Rio Mampituba sem deixar passar em branco aquilo que foi fato histórico no Rio Grande do Sul, vamos colocar, também, algumas datas de interesse geral.    

Hoje, sexta-feira, 19 de agosto é:

Dia do Artista de Teatro

Dia da Integração Jurídica Latino-Americana

Dia do Historiador

Dia Nacional da Aviação Agrícola

Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua

Dia Nacional do Ciclista

Dia Mundial da Ajuda Humanitária

Dia Mundial da Fotografia

Dia Mundial da Libertação Humana


Volvendo exclusivamente para o teor da tradição gaúcha, no dia 19 de agosto, do ano de 1979, morria em Porto Alegre o grande poeta Cleber Mércio.



 
CLÉBER MÉRCIO - Cleber Mércio Pereira, nasceu em Santo Amaro, RS, em 22 de junho de 1925, filho de Lourival Mércio Pereira e Natalina Pereira e morreu no dia 19 de agosto de 1979. Foi radialista, poeta, músico, violonista, compositor e cantor. É autor de Milonga da Chuva, gravada por Noel Guarani no seu primeiro LP, intitulado Legendas Missioneiras.
 
Em Taquari há uma rua com seu nome.
 
OBRA PUBLICADA: Última tropeada – Versos e músicas regionais (1959).
 
LIVRO INÉDITO: Rodeio de símbolos – Poesia e prosa regionais.
 
PARTICIPAÇÕES: Perfis de Musas, Poetas e Prosadores Brasileiros, 3º vol. – Antologia organizada por Alzira Freitas Tacques (1957); – As Mais Belas Poesias Gauchescas, 3º vol. – Compilação de Natálio Herlein (1968); – Antologia da Estância da Poesia Crioula (1ª ed. 1970 e 2ª ed. 1987); - Sonetos Gaúchos (Sonetária), Vol. 1 – Seleção e notas de Villas-Bôas e Garcia do Prado (1989).
 
CITAÇÕES E REFERÊNCIAS: Notas de Bibliografia Sul-Rio-Grandense – Autores (1974) e Dicionário Bibliográfico Gaúcho (1991), ambos organizados por Pedro Leite Villas-Bôas; – Cultura em Ação – Estância da Poesia Crioula – Sinopse de Hugo Ramirez (1987); – Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul, de Zeno Cardoso Nunes e Rui Cardoso Nunes. 
 
CARRETEIRO

Cléber Mércio

Nem bem desponta a barra da alvorada,
bordando de prateado os pinheirais,
bandos de gralhas gritam nas copadas,
o gado inquieto muge nos currais!
despertam carreteiros nas pousadas;
onde - talvez - não pousem nunca mais...

Eu também fui menino carreteiro
vocês não acreditam pois lhes juro!
de sol a sol perdido nos sendeiros,
muitas vezes tomando mate puro
tendo de dia...a luz do mundo inteiro
tendo de noite...a imensidão do escuro!

De pés no chão, bombachas remendadas,
facão no cinto, porongo na mão,
a palha, o fumo, chaleira queimada
o charque, a trempe, brasas de tição;
soluça o carreteiro, uma toada;
gemendo de saudade o coração.

Teu vulto, carreteiro, é conhecido,
teu nome, carreteiro é venerado
teus causos carreteiro! repetidos,
na glorificação do teu passado;
em torno do braseiro, reunidos,
rodeio que o minuano tem parado.

Carreteiro Herói da minha terra!
Bandeirante do pampa estremecido,
abrindo estradas nos campos e serras,
tornaste o teu Rio Grande conhecido
Trabalhador na paz, fiel na guerra,
este rincão te canta agradecido!

Noites de inverno...a imensidão deitada
o gado inquieto muge nos currais...
geme o urutau sentando nas ramadas,
e soluça a juriti nos taquarais!
Despertam carreteiros nas pousadas,
onde talvez - não pousem nunca mais!

Uma relíquia do meu acervo. O livro Última Tropeada, de Cléber Mércio
editado em 1959