RETRATO DA SEMANA

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domingo, 5 de junho de 2022

QUANTOS AMIGOS VOCÊ TEM ?


Desenho: Léo Ribeiro

Não. Não estou me referindo àqueles amigos do facebook. Destes temos vários. Nem tão pouco me reporto aos amigos de interesse, ou seja, destes que se lembram de ti somente nas horas das próprias precisões. Falo daqueles que passam a noite acordados resguardando tua enfermidade, dos que pegam parelho em uma quarteada para ajudar a quem anda nos pés da égua. Os amigos que sentem tua falta, que se aborrecem com a tua tristeza, que defendem tua honra quando tu não está presente. É destes que me refiro e vos pergunto: Quantos amigos você tem? 

A gente que vive em rodeios, festivais, bailantas.... É fácil arrumar um parceiro para escorar balcão e tomar uma gelada - principalmente quando é nós que pagamos - mas, passada as euforias, quantos te ligam para saber qual o teu trote? 

Não estou tocando nesta prosa por mim pois, graças ao Patrão Velho, tenho belos amigos. Falo em função do grande mal que assola o nosso mundo e que chamam de depressão. Creio que esta maleza sempre existiu mas, em face da pandemia, os números cresceram umas quantas vezes.

Segundo o doutor Drauzio Varella depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas etc.

Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias seguidos. Desaparece o interesse pelas atividades que antes davam satisfação e prazer e a pessoa não tem perspectiva de que algo possa ser feito para que seu quadro melhore.

E, segundo este mesmo médico, um dos melhores remédios é uma palavra amiga. 

Um bom domingo a todos.