Este desabafo do tradicionalista Paulo Cremer, escrito posteriormente a reunião que definiu critérios para acampar após a privatização do parque, merece nossa reflexão.
"Um dia alguém vai
escrever a história do ACAMPAMENTO FARROUPILHA, este mesmo que foi criado por
abnegados defensores das nossas tradições, esta gauchada que enfrentava frio e
chuva, muitas vezes de baixo de uma lona, pisando no barro, ponteando pregos, e
metendo serra nas costaneiras, num tempo que nem luz tinha, mas sobrava vontade
de fazer.
Um dia vão contar a
história do ACAMPAMENTO FARROUPILHA, que cresceu, amadureceu e criou
representatividade no meio tradicionalista, sendo conhecido no Brasil e fora dele.
Um dia vão contar a
história do ACAMPAMENTO FARROUPILHA, que se tornou possibilidade para grandes
negócios, atraindo a atenção de empresas e também do poder púbico.
Um dia vão contar a
história do ACAMPAMENTO FARROUPILHA, que sucumbiu aos interesses econômicos,
que virou moeda de troca, que aos poucos tirou a oportunidade de acampar
daqueles tauras que pisavam no barro, que ponteavam pregos, que metiam serra em
costaneiras, sem luz, com pouca estrutura e muita vontade de fazer acontecer.
Um dia vão contar a história do ACAMPAMENTO FARROUPILHA, que deixou de honrar o legado deixado, motivo do ORGULHO GAÚCHO, esqueceram do que comemoravam no mês setembro e se entregaram SEM RESISTÊNCIA a tudo que lhes foi enfiado GOELA ABAIXO.
O Acampamento em breve se chamará CONDOMÍNIO FARROUPILHA, onde só monta sua estrutura quem tiver com a guaiaca recheada, com bala na agulha!"