A CARRETA DE BOI
(Padre Pedro)
Rude máquina avoenga,
a carreta pela estrada
chia e queixa-se na arenga
do rangido e da estralada.
Roem as rodas de sons fortes
a rodeira mal traçada
entre a faina dos transportes.
Eixo de batinga rubra
com meão ou cubo e pina,
quincha às vezes com que cubra
o taipal e a caixa fina,
o muchacho deixa vago
o seu rastro na campina
- traço unindo pago a pago.
Cabe aos bois de coice o fardo
da alta carga na descida,
que é sem freio o carro tardo.
Numa perna a calça erguida
a pessoa do carreiro
vai ladeada, vai pendida
sobre a sela o dia inteiro.