Com estes versos do Padre Pedro Luis, o Gênio do Pampa, desejo a toda parceirada que acompanha este blog uma bela semana, tapada de paz e luz.
Eu sou filho da era antiga,
pura cepa e guasca honrado
se ofendido armava briga,
pros meus pais dava louvado.
Não aceitava baderna
de algum filho malcriado
educado à la moderna.
Caco velho? Eu sou tronco
rijo e são de guajuvira.
Me respeitam quando ronco
no bochincho que regira
pois eu sou da velha estampa
e o tourito que se atira
eu derrubo pela guampa.
Moço de hoje é sem retovo,
usa cincha na virilha,
laça só terneiro novo,
na rodada tastavilha.
Acha o prato sempre feito,
não caminha mais que milha,
pro trabalho não tem jeito.
Pingo bravo o descogota,
na peleia é mau parceiro,
se é feijão, peru arrota.
Quando ingere algum tempero
em seguida sempre rosna:
- Vó, me atende, vem ligeiro!
- Mãe, me traz um chá de losna!
Toma mate em pau torneado,
ri até do bom porongo,
usa creme e vive ansiado
quando zune pernilongo.
Pra tomar um gole é esquivo
de cachaça - trago longo -
só licor de aperitivo.
Sim. Me acham, nestes dias,
Caco Velho pasmacento
mas eu trago fidalguia
e me sobram fundamentos.
Sim. Eu sou um Caco Velho,
minha barba é um documento
e o meu verso, um evangelho.