RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

AS LAMÚRIAS DE SEMPRE

 

Campereando pelas redes sociais me deparei com algumas reclamações em relação a 43ª Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana. Normalmente isto acontece com alguns concorrentes que enviaram trabalhos e não passaram na triagem. Não entendem que, em virtude do grande número de inscritos e da qualidade musical, não ser escolhido entre os que subirão no palco é algo natural. Mas não são todos que questionam. São os inconformados de sempre estribados no egoísta argumento de que a SUA obra é a melhor (claro que na SUA opinião). 

E as lamúrias vão da qualidade da Comissão Avaliadora até as músicas vencedoras. Segundo estes eternos reclamantes quem ganhou não tinha a melhor letra, a melhor melodia, o melhor intérprete... Não entendem, ou não fazem questão de entender, que existe algo chamado "conjunto da obra". Se fosse tão simples assim as composições não precisavam nem subir ao palco, ou seja, se escolheria as premiadas na triagem. A concorrente vencedora pode ter tirado segundo ou terceiro lugar em todos estes quesitos citados e feito uma bela apresentação enquanto que a melhor letra pode ter uma melodia fraca, ou a melodia ser boa e a letra nem tanto, ou o intérprete não ter ido bem, enfim, é uma sequência de acontecimentos até se chegar a grande campeã. Acompanhei todo o festival e achei o resultado justo, com uma ou outra alteração. Quanto a Comissão Avaliadora, são de qualidade musical e retidão de personalidade inquestionáveis.

Quem apenas olha e não vê, não sabe das dificuldades de organizar e fazer acontecer um evento deste porte. É mais fácil ir para as redes sociais dar carteiraço e criticar. 

A Califórnia vinha rengueando há anos. Então uma equipe vai lá e, na finaleira de uma pandemia, na dificuldade de captação, na falta de apoio inclusive de agentes locais, realiza um belo evento resgatando a credibilidade abalada. 

Na verdade o que devemos fazer com estes arautos da musicalidade nativa que se entonam de profundos conhecedores da arte e apontam sua metralhadora verbal para todos os lados é ignorá-los (coisa que eu deveria ter feito e não fiz).