RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

domingo, 12 de dezembro de 2021

10 ANOS SEM JOSÉ CLAUDIO MACHADO

 


 Velório de José Claudio Machado / Câmara de vereadores de Guaiba
Diante do caixão o grande Telmo de Lima Freitas
Foto: Léo Ribeiro

José Cláudio Machado nasceu em Tapes, RS, em 17 de novembro de 1948. Começou sua carreira de cantor no antigo conjunto Os Tapes e consagrou-se para o grande público ao vencer a Califórnia da Canção Nativa de 1972 com a composição Pedro Guará, um clássico regionalista.

Participou como intérprete, em duas ocasiões, do conjunto Os Serranos. 

Intérprete de canções consagradas como Pêlos, De Como Cantar um Flete, Milonga Abaixo do Mau Tempo, Cantar Galponeiro e outras tantas, Zé Cláudio foi do tango cantado em espanhol a nossa música de raiz com a mesma desenvoltura. Teve estilo próprio mas, se fosse compará-lo, o classificaria como um Noel Guarany contemporâneo. Ambos traziam as ânsias gavionas de não acomodar-se ante o que consideravam errôneo. Criticavam mesmo, em verso e prosa. 

Foi um dos idealizadores do Parque da Harmonia, hoje identificado como reduto dos tradicionalistas sobretudo no período que antecede o 20 de setembro.

– Aquilo ali era primeiro um aterro, nós íamos fazer churrasco, passar o dia, jogar bocha. Um dia saiu um acampamento. E, quando se viu, era um parque – declarou, em uma de suas últimas entrevistas.

José Claudio Machado morreu no dia 12 de dezembro de 2011 aos 63 anos após ficar internado por seis meses para tratar de um enfisema pulmonar.  

O "Zé" Cláudio é considerado por muitos como o melhor cantor da musicalidade crioula rio-grandense de todos os tempos porque aliou à estampa gaudéria, à irreverência dos bugres bolicheiros, com uma voz de trovão, afinada e retumbante, que acordava e continuará acordando as madrugadas campeiras desta terra.