Francisco de Melo, conhecido pelo nome de guerra de Zumbi dos Palmares. Nascido livre na Serra da Barriga (Pernambuco, atual Alagoas), em 1655, era de família nobre, manicongo (rei, no jargão lusitano) filho de Sabina, irmã de Ganga Zumba, neto de Aqualtune, princesa do Congo, filha do rei Garcia II, irmã do rei Antônio I, morto na batalha de Mswila, em 1665). Zumbi foi casado com Dandara, mulher livre, e pai de três filhos homens: Motumba, Hannodio e Aristogeton.
Apesar de ter nascido livre Zumbi foi capturado e entregue ao padre missionário português
Antônio Melo quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco',
Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente
na celebração da missa.
Por volta de 1678, o
governador da Capitania de Pernambuco, cansado do longo conflito com o Quilombo
de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de
paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se
submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita pelo líder,
mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga
Zumba prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa. Após seu tio ser envenenado por aqueles que não desejavam tal acordo Zumbi
tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Outras polêmicas envolvem o nome de Francisco como a forma ditatorial com que administrava o Quilombo. De acordo com José Murilo de Carvalho, em "Cidadania no Brasil" (pág. 48), "os quilombos mantinham relações com a sociedade que os cercavam, e esta sociedade era escravista. No próprio quilombo dos Palmares havia escravos. Não existiam linhas geográficas separando a escravidão da liberdade".
Quinze anos após Zumbi
ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi
chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a
capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido,
foi traído por António Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça
em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto
com vinte guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695.
Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife,
foi exposta a cabeça em praça pública no Pátio do Carmo, visando desmentir a
crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi