sábado, 13 de novembro de 2021

REPENTISMO É PATRIMÔNIO CULTURAL

 

No dia 11 de novembro o Brasil ganhou um novo

 Patrimônio Cultural. É o Repente (nordestino).


Repentistas nordestinos

Mais que uma tradição, essa manifestação cultural é uma referência para a identidade da região Nordeste. A arte que mistura música e improviso foi reconhecida, nesta quinta-feira, como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, durante a reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. Este colegiado é vinculado ao Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Tassos Lycurgo, afirma que este reconhecimento é muito mais do que um título.

Os primeiros registros históricos do repente são por volta de 1850, nos estados de Pernambuco e Paraíba.

O pedido de reconhecimento do repente como patrimônio foi feito em 2013 pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do Distrito Federal e Entorno. O processo é longo, porque o Iphan precisa descrever detalhadamente o bem que pode se tornar patrimônio, reunir toda a documentação possível e fazer o registro audiovisual. Isso tudo forma um dossiê que, para o registro do repente, foi produzido em parceria com o Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília.

Além de ser uma manifestação cultural tipicamente nordestina, Tassos Lycurgo ressaltou que o reconhecimento do repente como patrimônio vai muito além dos limites do Nordeste. O repente influencia outras regiões do pais.

Em alguns lugares, o repente também é chamado de cantoria. E tem três fundamentos misturados: o verso, a rima e a fala. De acordo com o dossiê do registro, pelo menos 200 artistas e associações pelo país mantêm viva essa tradição. Entre eles, a dupla Caju e Castanha, que popularizou o repente em shows por todo o país.

Além de conceder ao repente o título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, o Conselho Consultivo também revalidou os títulos de Patrimônio Cultural do Círio de Nazaré, no Pará; do modo artesanal de fazer queijo minas, de Minas Gerais; e do modo de fazer renda irlandesa, de Sergipe.

Publicado por Victor Ribeiro - Repórter da Rádio Nacional - Brasília, com produção de Michelle Moreira

Edição: Sheily Noleto / Beatriz Arcoverde

 

E a nossa trova, 

uma das formas de repente mais bonitas que existe?


Luiza Barbosa e Thomaz Machado comandam a 8ª temporada
do Desafio Farroupilha, que envolve dança e trova. 

Lendo a reportagem acima e olhando, no jornal do almoço de ontem, o Desafio Farroupilha promovido pela RBSTV que contempla os trovadores mirins, fato que merece todos os elogios pois é uma forma de revitalizar nossa tradicional trova e incentivar que tal seguimento de arte não morra, fico pensando porque aqui no garrão do país tudo é mais difícil.

Por que não se luta por tal reconhecimento, também, por nossa forma de improviso? Por que não incluí-la no mesmo projeto aprovado? Que fim levou nossa Associação de Trovadores Luiz Müller? Por onde andam nosso políticos gaúchos na hora de valorizar a nossa cultura?

Mil perguntas e nenhuma resposta.  

E ainda temos que ler na justificativa do projeto que o repente é uma "manifestação cultural tipicamente nordestina".

Gildo de Freitas deve ter se virado no túmulo.