domingo, 14 de novembro de 2021

QUAL O SEU PINGO?

 

Estava manusiando alguns livros e me deparei com o poema Pingos, do saudoso Guilherme Schultz Filho. O mote de seus versos são que, em cada fase de sua vida ele teve um cavalo com o qual se identificava. De piá, encilhava um petiço chamado Fantasia. Já mocito, tempos de quebra, seu parceiro de virar balcão era o Sedutor. Homem feito, seu pingo atendia por Confiança. Por fim, na sua velhice, o tostado que ficava por ali, pastando no potreiro, era o Experiência.  

Pois eu, hoje, se tiver que atirar os arreios num lombo, será no Experiência. Não me preocupo com coisas miúdas e com aquilo que foge do meu alcance. Ouço mais, falo menos e tento ver os dois lados de qualquer questão. Tornei-me um apaziguador sem perder a capacidade de indignar-me.   

Não sei até que ponto isto é bom por que sempre tem aqueles que desejam tirar proveito desta minha aparente ingenuidade. 

Mas nem sempre foi assim. Na juventude eu era tido por rançoso, o verdadeiro "murrinha". Puxei pelo meu pai. Era um, dois três... e o tendéu estava formado. 

Foi pensando assim (em não engolir sapos) que, há muitos anos, fiz este cartun para o Jornal Eco da Tradição, do MTG.



E vocês, meus amigos e amigas. Em que pingo andejam por ai neste domingo de sol?