sábado, 2 de outubro de 2021

REPONTANDO DATAS / 02 DE OUTUBRO

 

Num dia 02 de outubro, no ano de 1944, morria no Rio de Janeiro um dos maiores escritores gaúchos de todos os tempos, ou seja, o gabrielense Alcides Castilho Maia. 


Alcides Maia

Seu pai era funcionário público federal e de origem citadina e o vínculo com o pago e o sentimento gaúcho que marcariam sua literatura de ficção vieram através da linha materna pois sua mãe era filha de dono de estância em Jaguari, no município de Lavras do Sul, e de frações de campo em São Gabriel.

Aos 18 anos ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo. Porém, as letras e o jornalismo eram a sua verdadeira vocação, por isso, abandonou a faculdade e retornou a Porto Alegre em 1896, entregando-se à prática do jornalismo militante, atividade que exerceria ao longo de toda a vida.

Em 1903 Alcides Maia fez sua primeira viagem ao Rio de Janeiro, onde seu nome já era bem conhecido. A partir de então, passou a viver e a desenvolver atividades, alternadamente, ora no Rio de Janeiro, ora em Porto Alegre. Na capital do país residia numa "república" situada na rua das Laranjeiras, onde recebeu um dia a visita de Machado de Assis e, desde então, foi levado a entrar na intimidade do mundo machadiano.

Em Ruínas Vivas, Tapera e Alma bárbara, Alcides Maia descreve a região da campanha, com seus usos e costumes, e registra a violência no campo, o êxodo rural e a formação dos bolsões de miséria decorrentes de modificações nos modos de produção das estâncias gaúchas.

Representou o Rio Grande do Sul na Câmara dos Deputados, no período legislativo de 1918 a 1921. Integrante do Partido Republicano, sua atividade parlamentar era voltada à preocupação com os problemas da educação e cultura.

De 1925 a 1938 residiu em Porto Alegre, com breve incursão ao Rio de Janeiro, decorrente de sua participação na Revolução de 1930. Em Porto Alegre dirigiu o Museu Júlio de Castilhos, até se aposentar, e colaborou no Correio do Povo. Retornou ao Rio de Janeiro em 1938, onde viveu os últimos anos de sua vida, escrevendo para o Correio do Povo e frequentando a Academia Brasileira de Letras quando podia. Cinco anos após sua morte, seus restos mortais foram trasladados para o Panteon Rio Grandense, em Porto Alegre.


Colaboração: Paulo de Freitas Mendonça