Num dia 02 de outubro, no ano de 1944, morria no Rio de Janeiro um dos maiores escritores gaúchos de todos os tempos, ou seja, o gabrielense Alcides Castilho Maia.
Seu pai era funcionário
público federal e de origem citadina e o vínculo com o pago e o sentimento
gaúcho que marcariam sua literatura de ficção vieram através da linha
materna pois sua mãe era filha de dono de estância em Jaguari, no município de
Lavras do Sul, e de frações de campo em São Gabriel.
Aos 18 anos ingressou
na Faculdade de Direito de São Paulo. Porém, as letras e o jornalismo eram a
sua verdadeira vocação, por isso, abandonou a faculdade e retornou a
Porto Alegre em 1896, entregando-se à prática do jornalismo militante, atividade
que exerceria ao longo de toda a vida.
Em 1903 Alcides Maia
fez sua primeira viagem ao Rio de Janeiro, onde seu nome já era bem conhecido.
A partir de então, passou a viver e a desenvolver atividades, alternadamente,
ora no Rio de Janeiro, ora em Porto Alegre. Na capital do país residia numa
"república" situada na rua das Laranjeiras, onde recebeu um dia a
visita de Machado de Assis e, desde então, foi levado a entrar na intimidade do
mundo machadiano.
Em Ruínas Vivas, Tapera
e Alma bárbara, Alcides Maia descreve a região da campanha, com seus usos e
costumes, e registra a violência no campo, o êxodo rural e a formação dos
bolsões de miséria decorrentes de modificações nos modos de produção das
estâncias gaúchas.
Representou o Rio
Grande do Sul na Câmara dos Deputados, no período legislativo de 1918 a 1921.
Integrante do Partido Republicano, sua atividade parlamentar era voltada à
preocupação com os problemas da educação e cultura.
De 1925 a 1938 residiu
em Porto Alegre, com breve incursão ao Rio de Janeiro, decorrente de sua
participação na Revolução de 1930. Em Porto Alegre dirigiu o Museu Júlio de
Castilhos, até se aposentar, e colaborou no Correio do Povo. Retornou ao Rio de
Janeiro em 1938, onde viveu os últimos anos de sua vida, escrevendo para o Correio
do Povo e frequentando a Academia Brasileira de Letras quando podia. Cinco anos
após sua morte, seus restos mortais foram trasladados para o Panteon Rio
Grandense, em Porto Alegre.
Colaboração: Paulo de Freitas Mendonça