NA TRADIÇÃO GAÚCHA
Na cultura regional gaúcha, assim como na vida, aparecem aquelas pessoas que aparentam saber tudo sobre qualquer tema. Não é bem assim. O indivíduo pode até ter um leve conhecimento mas para entender, de verdade, tem que se aprofundar na matéria.
Eu tenho uma certa vivência neste meio mas se me pedirem para falar sobre tropeirismo, por exemplo, vou relatar tópicos que aprendi com mestres no assunto como Marco Aurélio Angeli (Zoreia) e o Valter Fraga Nunes, mas não me peçam para "arreatar" bruacas num muar que não vou saber. Também não me cobrem sobre tiros de laço. Embora minha origem interiorana e os contatos que tive pelas estâncias, sou um zero a esquerda na lida campeira. Não tenho a prática de tirar uma rês atolada num banhado em pleno mês de agosto sob mangaços de chuva.
Eu me defendo, um pouco, na seara das composições musicais e na história da revolução farroupilha devido aos livros que tive que ler, durante quatro anos, para escrever meu próprio livro, que está no prelo, sobre a participação da maçonaria naquele episódio épico.
Mas por que estou tocando neste assunto? Por dois motivos. Primeiro porque recentemente participei de uma live a convite da Associação da Brigada Militar para falar sobre a citada Revolução. Acho que me sai bem pois, ontem, me convidaram para uma nova live agora sobre a Revolução Federalista e a Revolução de 1923. Opa! Aí já complica. Mas como o evento é só lá para novembro, vamos nos atirar nos estudos.
Bueno. O segundo motivo pelo qual foco neste tema é em função da propalada unção na grade escolar dos municípios do Rio Grande do Sul da matéria sobre a cultura gaúcha. Acho válido este repasse de conhecimento mas temos que ter o seguinte cuidado: Temos docentes aptos para tal matéria? Qual a melhor forma de prepará-los? Serão "clínicos gerais" ou se especializarão num determinado assunto?
A transmissão errônea pode tornar a emenda pior que o soneto.
Embora não tenha lido nenhum destes projetos acho a ideia interessante, desde que aplicada de forma correta.