O cantor Paulo Fogaça, ou Paulão para os mais chegados, é um dos melhores intérpretes que conheço.
Começou sua lida artística cantando algumas letras de minha marca no festival Ronco do Bugio. Depois, ingressou como vocalista do grupo Os Tiranos, de sua (nossa) terra São Francisco de Paula. Dali ganhou o mundo com a voz privilegiada que o Patrão Velho lhe deu por dom. Andejou pelos Nativos, Chiquito e Bordoneio, foi proprietário de grupo de baile, fez carreira solo e agora empresta seu talento ao conjunto Manotaço.
Certa feita o Paulo Fogaça esteve em meu rancho serrano quando conversamos sobre sua iniciativa de gravar músicas interpretando sucessos de José Cláudio Machado. Achei sua ideia magnífica mas perigosa pois o "Zé" Cláudio, na minha opinião (e de muitos críticos e apreciadores da música terrunha), foi o maior cantor deste estilo galponeiro e, nestas situações, sempre vem os comparativos. Pois o Paulão levou seus intentos em frente e gravou uma das mais belas obras da musicalidade gaúcha. Paulo Fogaça interpreta José Claudio Machado.
Com o advento da pandemia e a consequente escassez de bailes Paulo Fogaça nos brinda com uma virtude sua que eu desconhecia, ou seja, a de radialista. Está com um dos melhores programas radiofônicos voltados para a cultura gaúcha na legendária cidade catarinense de Lages, uma localidade que preserva como poucas aqui no Estado as nossas tradições. E seu programa GAUDERIANDO com Paulo Fogaça, da Rádio Bem Gaúcho, é puro sucesso de audiência na região. Dentro da grade de programação o cantor apresenta um quadro intitulado Para Quem Paulo Fogaça Tira o Chapéu? aonde ele discorre sobre o trabalho de poetas, compositores, cantores, músicos, enfim, artistas voltados para a cultura regional do Sul do País, os quais ele admira. Já estiveram por ali verdadeiras legendas do gauchismo.
Neste domingo, dia 20 de julho, as 10h, tive a honra de ser o escolhido pelo Paulo Fogaça para fazer parte deste quadro.
Gracias, por tua alma grande, Paulão.
