RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

terça-feira, 18 de maio de 2021

REPONTANDO DATAS / 18 DE MAIO

 

NASCE ANTÔNIO CARINGI


Prendas, Prefeito Leonel Brizola e o escultor Antônio Caringi, em 1958
diante da Estátua do Laçador
Acervo Família Caringi / Reprodução


Antônio Caringi nasceu em 18 de maio de 1905 na cidade Pelotas. Era filho de Antônio Caringi e Josephina Sicca. Fez os estudos primário e ginasial em Bagé, na campanha gaúcha, e desde cedo mostrou aptidão para a arte. Em 1918, acompanhando a família, mudou-se para Porto Alegre, onde graduou-se em Ciências e Letras. Em 1923, começou a estudar Química Industrial na Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde apenas cursou algumas disciplinas. Em 1925, participou e expôs seus trabalhos no Salão de Outono em Porto Alegre.

Em 1928, embarcou para a Europa para assumir o cargo de Adido Cultural no Consulado Brasileiro em Munique, Alemanha, e estudar Arte na Academia de Belas Artes dessa cidade. Lá, teve aulas com os escultores Hermann Hahn e Hans Stangl. Como Adido Consular, ainda exerceu cargos diplomáticos em vários países europeus. Em 1934, voltou ao Brasil para concorrer - e, consequentemente, vencer - o concurso para a estátua equestre do General Bento Gonçalves, inaugurada em Porto Alegre, em 1935, na comemoração do centenário da Revolução Farroupilha. Retornou à Europa em 1936, indo para Berlim, onde especializou-se em Plástica Monumental com Arno Breker. Com os estudos concluídos na Alemanha, mudou-se para Roma. Empreendeu, nessa época, diversas viagens, sempre a estudos, visitando países como Dinamarca, Suécia, França e balcânicos, detendo-se em Estudos Clássicos na Itália, na Grécia e na Turquia.

Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, Antônio Caringi decidiu voltar definitivamente ao Brasil, residindo em Porto Alegre. A partir de então, esculpiu vários monumentos significativos para o Patrimônio Artístico do Rio Grande do Sul. Em 1942, fixou residência em Pelotas, sua cidade natal, e casou-se com a poetisa pelotense Noemi Assumpção Osório, com quem teve seis filhos: Fernanda, Antônia, Leonardo, Ângela, Glória e Rita. Lecionou, de 1952 a 1980, a disciplina de Escultura na Escola de Belas Artes de Pelotas, atual Instituto de Letras e Artes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Seu último trabalho ao ar livre, inaugurado em 1977, foi uma homenagem a Raul Pilla.

Cabe destacar que a maioria das obras de grande porte foi consagrada através da participação em concursos, sendo vencedor de onze concursos no Brasil.

Conhecido como o “escultor dos pampas”, Caringi privilegiou temas regionais em seus trabalhos, ligados à história e à cultura riograndenses.

Morreu aos 76 anos em 30 de maio de 1981 na cidade de Pelotas.

Algumas obras

Monumento ao General Bento Gonçalves, de 1935, instalado inicialmente no Parque Farroupilha e posteriormente transferido para a Avenida João Pessoa, ao lado da Praça Piratini, em Porto Alegre;

Monumento em homenagem ao "Sentinela da Pátria" (mais conhecido como "Sentinela Farroupilha" ou "O Bombeador" - no linguajar gaúcho, deriva de bombear, que significa "vigiar"), de 1935, na Praça Vinte de Setembro, em Pelotas;

Busto de Velha Camponesa Bávara, de 1940, na Pinacoteca APLUB, em Porto Alegre;

Monumento conhecido como "o soldado e o gaúcho", de 1941, no túmulo do General Daltro Filho, localizado no cemitério da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre;

Monumento ao Almirante Saldanha da Gama, de 1946, na Praça Almirante Saldanha da Gama, no Rio de Janeiro;

Monumento a J. J. Seabra, de 1948, na Praça da Inglaterra, em Salvador;

Monumento Nacional ao Imigrante, de 1954, em Caxias do Sul, mediante concurso público. Abaixo das esculturas foi construída uma cripta que abriga o Espaço Cultural Antônio Caringi, dando lugar a exposições temáticas temporárias;

Monumento ao Coronel Pedro Osório, de 1954, na Praça Coronel Pedro Osório, em Pelotas;

Monumento ao Expedicionário, de 1957, no Parque Farroupilha, em frente ao Colégio Militar de Porto Alegre, mediante concurso público;

Estátua do Laçador, de 1958, um dos símbolos de Porto Alegre, mediante concurso público. Serviu-lhe de modelo o folclorista Paixão Côrtes. É a obra que lhe deu maior reconhecimento. Na instalação original, na Praça do Bombeiro, na entrada de Porto Alegre, pela BR-116, o monumento de 4,45 metros e 3,8 toneladas ficou durante 49 anos. Em 2007, foi transferido para o Sítio do Laçador, em frente ao antigo terminal do Aeroporto Salgado Filho;

Monumento ao Colono, de 1958, na Praça Primeiro de Maio (conhecida como Praça do Colono), em Pelotas. Almiro Buss, então subprefeito distrital e posteriormente vereador de Pelotas e prefeito em Arroio do Padre, teria servido de modelo ao escultor;

Monumento às Mães, de 1959, na Praça Coronel Pedro Osório, em Pelotas. A obra tem a imagem da mulher de Caringi, a poetisa Noemi de Assumpção Osório;

Monumento às Mães, de 1963, na Praça Getúlio Vargas, em Alegrete;

Monumento à Anita Garibaldi, de 1964, em frente ao Museu Anita Garibaldi, em Laguna, mediante concurso público;

Monumento a Gaspar Silveira Martins, de 1969, na Praça Silveira Martins, em Bagé;

Cabeça de Assis Chateaubriand, de 1969, na TVE, em Porto Alegre;

Monumento a Loureiro da Silva, de 1974, atualmente instalado em frente à sede da Câmara Municipal de Porto Alegre, em área de recuo na Avenida Loureiro da Silva;

"O Cristo Crucificado" - sua penúltima obra, de 1976, está exposta na Capela dos Jesuítas, em Porto Alegre;

Herma de Raul Pilla - seu último trabalho ao ar livre, de 1977, instalado na Praça Raul Pilla, em Porto Alegre. Infelizmente, o busto em bronze foi furtado.