Há muitos anos no
Brasil a nossa televisão aberta privilegia as aberrações, as grosserias, as
polêmicas, os barracos. É isto que dá audiência. Como boa protagonista a Rede
Globo não poderia ficar de fora deste processo e pauta sua grade com programações
de gosto duvidoso. Seja através de suas novelas, seja em programas como o BBB.
Não vou entrar nessa de
dizer que sou alheio a este popular meio de encher de dinheiro os bolsos da
emissora. Não olho o BBB por uma questão simples. A esta altura da noite o Morfeu
já me pegou. Não vou além do Jornal Nacional. A única novela me fez ultrapassar
meu sagrado horário das 10h foi O Bem Amado. Vejam quanto tempo faz isto.
Contudo, no outro dia
me intero dos acontecimentos. E o que ouvi falar desta participante do BBB Karol
ConKá não está no gibi (esta é velha).
Ela conseguiu o maior índice
de rejeição da história deste programa. Isto, por si só, é algo que demonstra
sua impopularidade, fato que despertou minha curiosidade para assistir ao
programa da Ana Maria Braga (que ótima entrevistadora) aonde todos os "brothers",
por cláusula contratual, tem de participar logo que saem do jogo. Ali, foi
passado uma resenha das atitudes da Karol ConKá. Pelo amor dos meus filhinhos.
Que baixaria, autossuficiência, egocentrismo, concentrados em uma só pessoa.
Apavorante.
Mas as incoerências maiores
seguiram no fim de semana. A Globo abriu espaço para a controversa Karol nos
programas de maior audiência da emissora, ou seja, o Domingão do Faustão e o
Fantástico, tudo com o intuito de passar panos quentes em atitudes presenciadas
por milhões de brasileiros durante mais de mês.
Não sou ninguém para
julgar, tenho mais é que cuidar de mim mas não vi nenhum outro participante com
tamanho privilégio. E o espaço para a cultura que não seja populista que tanto
clamamos? Sonho meu... Isto leva a crer que, para se dar bem na vida tu tem que
andar de mãos dadas com a safadeza.