Cemitério de Campanha. Entro... não entro....
Começo o texto pedindo
desculpas pelo termo chulo do título. Poderia usar os adjetivos assustado, vil,
medroso, mas resolvi ser bem autêntico. E não se ofendam, gauchada, pois falo
de mim mesmo.
Eu sempre temi a morte,
talvez porque, como dizia o mestre Jayme Caetano, "gosto de andar no
mundo". Aliás, minto. Não é toda a morte que me assusta pois tenho
consciência que, desde que nascemos, estamos sujeitos a isto. São dois tipos de
visão do encapuzado com a foice que me borro todo.
A morte por falta de
ar, talvez porque tive desvio de septo (nariz trancado), asma e sou
claustrofóbico, não suportando ambiente fechado. Jamais fiz aqueles exames que
tem que entrar num tubo pois me parece que estou sendo enterrado vivo.
O segundo tipo de morte
que temo é a que não possa me despedir de minha gente.
Perdoem uma prosa tão
fúnebre num momento como este mas é, exatamente, isto que acontece com o
Coronavirus. A falta de ar... e o resto não precisa detalhar.
Por isso desde o dia 14
de março não finco os "garrão" na rua e venho, hoje, pedir a
companheirada que aos poucos estão voltando ao trabalho com o intuito de manter seus
empregos, que tem suas empresas, enfim, que necessitam dar andamento a cadeia
produtiva, por favor se cuidem. Não facilitem. É um amigo que pede e reza por
todos vocês diariamente.
E tenho certeza que, em
seguidita, estaremos nos divertindo num baile gaúcho, tomando uma gelada e
voltando a falar das coisas boas da vida.
Fiquem bem, com o Deus
de cada um.