Meus amigos. Eu já
tinha prometido não tocar mais neste assunto de Coronavírus. É muita informação
falsa e contra-informação também falsa e o pior, a coisa degringolou para o
lado político. Contudo, ontem, quando escutei a declaração de um grande e famoso
empresário do ramo de alimentação de que: A morte dos velhos é o preço que
temos que pagar...., resolvi fazer esta nova e última postagem.
Pensem bem na canalhice
desta manifestação. Essa pessoa não tem ou teve pais?
Então eu lhes digo.
Vai morrer o velho,
sim, aquele idoso da aldeia que transmite a tribo, de forma oral, elementos
como a mitologia, os rituais e os costumes, função fundamental para a
sobrevivência dos seus povos indígenas. Com certeza vão morrer outros, como o
velho de olho rasgado, o japonês, mestre reverenciado na milenar tradição
oriental, cultura esta que ensina seus pequeninos a verem os anciões como
exemplos de sabedoria.
Vai morrer só o velho!
O velho nono, que
cruzou oceanos, enfrentou doenças e cultivou a terra para um Rio Grande altivo.
O velho negro, sofrido, escravizado, injustiçado, mas sempre alegre e cantante diante das
intempéries da vida.
O velho, aquele
veterano da segunda guerra. Total, já escapou da morte uma vez ao subir e tomar o
Monte Castelo, na Itália, levando no braço a "Cobra Fumando" e no
peito a bandeira do Brasil.
Também perecerá o gaúcho velho, o guerreiro, domador, tropeiro, que
forjou nossa identidade sulina. Fez muito mas, como diz a letra do Florêncio
Guerra, "quem já não serve pra nada não merece andar no mundo".
Todos tem suas razões e
cada qual sabe aonde o seu sapato aperta mas nem um calo, nem uma joanete por
dolorida que seja justifica a frase. VAI MORRER SÓ O VELHO.
Finalizo (e espero
nunca mais voltar a falar neste tema de vírus, porque já me saturou) com uma
das mais lindas colocações desta enxurrada de postagens que nos bombardearam
durante este período:
NÃO PODEMOS VOLTAR AO
NORMAL PORQUE O NORMAL É EXATAMENTE O PROBLEMA. TEMOS QUE VOLTAR MAIS HUMANOS.
Obs: Desenho baseado no
saudoso Seu Valdemar Batista, lá de São Chico de Paula, que foi capa para o disco de Honeyde Bertussi e que, graças a Deus, morreu antes de ouvir tanta asneira.