NÃO MATA CAVALO GORDO
Pajada de Don Arabi Rodrigues tendo como tema uma matéria que escrevi sobre a morte dos velhos em função da doença, bem como o despreparo verbal do proprietário de uma grande rede de alimentação.
"PRAGA
DE CORVO NÃO MATA CAVALO GORDO"
"Eu
já tinha prometido,
não falar mais no assunto".
Mas " de pronto", te pergunto
como tapar o ouvido?Se um cretino, convencido,
que a vida não tem valor;
como reparar a dor,
dalgum Velho suplicante?
Pois, só quem sofreu ,
poderá falar de Amor!!!
Mas,
"esse tipo" de gente
é mais pobre, que parece;vê o outro, como a messe,
sem conhecer a semente.
O seu mundo é diferente
de tudo que a vida ensina;
sua compreensão divina,
é menor q'um grão de areia,
se deslumbra co'a sereia,
sem ter o mar na retina.
Relembro
meu pai, d'acordo
ao que aprendi em criançaa fé, alcança a esperança
em cada exemplo que sorvo.
Já mais, "a praga de corvo",
matará cavalo gordo.
Léo, como tu, remordo
a gana duma resposta;
como sei, que Deus não gosta,
que seja dele, o transbordo...
O
melhor da Quarentena:
é ficar, "sem fazer nada";chimarrear co'a prenda amada
na ramada da vivenda.
O que rasga, se remenda,
tecido, linha e dedal.
O rio com gosto de sal,
que desce os sulcos do rosto:
é o preço, de ficar no posto,
em honra o Pai Celestial.
Depois,
de ler o teu texto,
fiquei meio ensimesmado;pensando, sai calado,
que nem gato d'acabresto.
Por fim, eis o pretexto:
para apoiar tua prosa.
Tu já sabes a barrosa,
só da leite, quando "qué".
A verdade vai a pé,
por ser crua - é dolorosa.
Nh. casa do rio, abril, 1º/20