O TREM FANTASMA DA
MODERNIDADE
BRECOU EM NOSSO GALPÃO
Nesta balda que trago
de vislumbrar poesia em tudo, revirando uns arquivos encontrei esta foto de
dois ou três invernos atrás e me dei conta do quanto ela é expressiva.
Uma moderna loja de vestuário que vem da avenida
principal de São Chico de Paula em direção ao nosso rancho crioulo (Aconchego dos Gaudérios) nos fundos de nossa casa aonde guardo meus trastes de gaúcho, meus
livros, minhas lembranças, aonde
recebo meus amigos e me recolho para meditar sobre o que tenho feito nesta
cruzada terrena.
Poeticamente falando mais parece uma locomotiva enfurecida. O trem ameaçador vem vindo... vem vindo... vem vindo... ferro com ferro, singrando a tarde cinzenta, limpando a neve dos trilhos, avisando que chega com seu apito... mas para repentinamente a poucos metros de nossa vivenda terrunha.
Seria Davi contra
Golias?
Seria a tradição
travando o progresso?
Seria o mundo novo
respeitando um passado glorioso que emoldurou a história do nosso
Estado?
Cada um bombeia com
seus olhos! Os meus? Não servem de base pois, em tudo, enxergam poesia.