RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

SERRANO, SIM SENHOR !




Bom dia.
 
Nosso blog tem recebido diversas manifestações em relação ao tradicional festival Cante Uma Canção em Vacaria que acontece junto ao Rodeio. Nunca demos vasa a estas inconformidades pelo fato de que trazem no seu bojo considerações incisivas e até desrespeitosas. Contudo, ontem, nos foi enviado um protesto bem articulado escrito com parcimônia pelo poeta Hermes Lopes, de Caxias do Sul. Seu fundamento é o mesmo de tantos, ou seja, a perda de rumo deste grandioso festival, um dos poucos com visibilidade, que abrigava a música galponeira, ou fandangueira, como queiram. Segundo alguns críticos, o evento musical de Vacaria tornou-se uma filial da Sapecada de Lages.
 
Realmente, a musicalidade dos conjuntos de baile não encontra eco em 90% dos festivais nativistas do Estado onde ponteiam as milongas, as milongas e as milongas.
 
É uma pena que isto venha acontecendo neste palco que sempre teve espaço para todos os seguimentos.
 
Eis o manifesto:     

PORQUE  NÃO SERRANOS ???

Hoje fui buscar informações sobre o 12º FESTIVAL CANTE UMA CANÇÃO EM VACARIA e como não poderia ser diferente a qualidade da comissão julgadora do festival  , não carece reparos , pelo contrário só elogios , principalmente pelos serviços que cada um dos  5 membros julgadores, prestou , presta e certamente continuará prestando a cultura tradicionalista do nosso amado Rio Grande com a excelência  que lhes é peculiar.

Contudo ,  por um outro viés me entristeço ,  ao ver que  quem faz a festa do Rodeio Internacional da Vacaria , onde o festival esta inserido , é em sua esmagadora maioria o povo serrano , e  que não recebe da comissão do festival o mesmo reconhecimento , ou seja , PORQUE não há nenhum serrano na comissão julgadora do festival? será por que não temos valores com capacidade para isto, ou será que o povo serrano só é visto como consumidor e não com capacidade de  criador.

Cabe ressaltar que temos na serra  grandes historiadores , instrumentistas , folcloristas ,  compositores , intérpretes  e poetas que tem qualidade de sobra para julgar o festival. Ou será que a comissão do festival acha a musica serrana muito pachola  e simplória com mensagens , as vezes  não tão ricas...cabe ressaltar que excetuando uma ou duas musicas ganhadoras das últimas edições , as demais  nem no dia seguinte as rádios tocam ou a gente lembra.

O rodeio da vacaria tem que valorizar a serra gaúcha e os homens que nela fazem cultura e tradição , pois é a serra gaúcha que deu  berço  e guarida ao rodeio.

Não justifica que não tenhamos na comissão julgadora do festival nenhum serrano , e aqui não há  nenhuma linha  de bairrismo , pelo contrário é puro reconhecimento.
 
Fugindo do exagero, a comissão se não for totalmente serrana , tem que ser pelo menos em sua maioria composta por valores serranos.

Vacaria não pode , pelo menos na minha opinião , continuar andando neste ônibus onde os passageiros são sempre os mesmos , só as paradas são diferentes ,  e  continuar sendo  um arremedo dos demais festivais que acontecem no nosso estado e fora dele.Vacaria esta acima disto ....Desejo que tenhamos um grande festival e que a comissão da 13ª edição do festival fique mais atenta a este quase alijamento  que se formou contra  a cultura serrana. Com uma pequena alteração  e com a vênia de um poeta amigo , podemos dizer que : VACARIA É SERRANA SIM SENHOR ¨.
 
HERMES LOPES .
CAXIAS DO SUL.
 
Em tempo: Depois do recebimento deste manifesto fomos atrás para ver quem era o corpo de jurados que, realmente, é composto por artistas de renome, honestos, festivaleiros, mas que não trazem no DNA a musicalidade serrana. Concordo que um meio termo seria o ideal.
 
Avaliadores do 12º Festival Cante Uma Canção em Vacaria. Luiz Marenco, Carlos Madruga, Mauro Moraes, Leonel Gomes e Rogério Villagran. 
 
Sendo assim, meu amigo Zezinho do Grupo Floreio, segura, mais uma vez, nosso bugio. Quem sabe em 2022...