e a
sua Importância na Indumentária Gaúcha
Por Maxsoel Bastos de Freitas1
Introdução
O objetivo deste artigo
é reconstruir através de uma pesquisa e de uma consequente narrativa o processo
de construção e patrimonialização de itens da nossa indumentária gaúcha.
Este estudo passa a ter
um recorte que apresenta o objeto de pesquisa: A origem do Lenço Gaúcho, que
faz parte de uma indumentária típica e cultural para o povo do sul do
continente americano e sua proposta como elemento que materializa a ideia de
uma identidade gaúcha.
O estudo parte de
parcos recursos de pesquisas que invariavelmente acabam por repetir algumas
definições que aparentemente não se lastreiam em bibliografias sólidas que
possam indicar que para os conceitos usados foram utilizados métodos
estruturados de investigação a cerca do tema
Quando observamos usos
e costumes que ultrapassam mais de um século, o registro do processo de
construção e patrimonialização a partir do método de coleta histórica,
precipuamente oral, carrega para o núcleo da pesquisa uma esfera oculta a
respeito das trajetórias de construção da indumentária gaúcha, já que não há
registro de estudos envolvendo o universo do acervo de indumentária que
atualmente temos como identidade em nossa cultura, especificamente dos
lenços.
É preciso ter cuidado
porque um dos temas fundamentais para trabalhar com história que provem da
oralidade, e quando pesquisamos a origem do lenço gaúcho nos deparamos com este
recorte, é o das vozes ocultas, pois não há documentos sobre essas memórias,
tornando-se muitas vezes campos mágicos ou obscuros para se explorar. Desta
forma, é possível interpretar a história de um acervo e de uma cultura por meio
da escuta aos interlocutores mais antigos e do registro da história de sua
vida, onde a memória é tudo aquilo que remete ao passado no presente, dentro de
um lapso de tempo e de um determinado lugar, no caso em analise, no Rio Grande
do Sul.
Pensando assim, este
estudo ganha relevância ao termo que nos ajuda a pensar em como artefatos como
os lenços passaram a fazer parte das vestimentas e, assim, que tenham passados
a ter um sentido para o mundo e para a identidade visual e psicológica dos
gaúchos. Do mesmo modo que os interlocutores vivos, as indumentárias, como no
caso em estudo os lenços gaúchos, também são narradores e protagonistas de uma
história que se personifica e transcende o próprio tempo.
Aqui, compreendemos que
patrimônio cultural e de identidade é um status em que os Lenços Gaúchos
tornaram-se a própria testemunha, uma fonte carregada de ideais e valores da
sociedade na qual foram e são consumidos, usados e/ou constituídos.
Relaciona-se patrimônio
cultural com memória e marcas de identidade de uma sociedade, na qual a memória
coletiva atua como narrativa do passado e constituinte de uma identidade social
inegável.
Ainda, os lenços,
referidos aqui como parte da indumentária gaúcha, repita-se, são compreendidos
como uma experiência condicionante das relações sociais, e não apenas um
produto de estética resultante das conjunturas sociais e anseios políticos de
uma época. Neste compasso, as interações sociais estão permeadas pelos objetos,
onde a indumentária constitui um grupo e escancara seus ideais e vontades.
Os lenços gaúchos,
dentro de um espaço patrimonial, neste trabalho, são caracterizados como um
verdadeiro documento, como parte da cultura material e como um bem cultural. O
formato, o tamanho, a cor, os métodos de uso, os sujeitos envolvidos na criação
bem como as formas de organização e inserção das peças em locais compreendidos
como patrimônios são alguns dos aspectos que constituem a trajetória desses
artefatos tão importantes.
1. Origem dos
Lenços
Os lenços, assim como
as roupas, possuem como sua primeira função proteger o corpo. Porém, podem ser
utilizados como identificação entre pessoas e seus grupos, suas origens,
tribos, status social etc. A história antiga e, mesmo a contemporânea nos
revela:
– Que a rainha
Nefertiti foi a primeira mulher na história a usar um lenço na cabeça em 1350
a.C. O tipo de lenço que a misteriosa rainha do Egito usava era conhecido como
“khat”.
– Em 1261 d.C a dança
do ventre, dançada no Egito, trazia o lenço como acessório para a dança e para
o figurino da dançarina, que amarrava o lenço na cintura como uma saia.
– A rainha Vitória da
Inglaterra e a princesa Elena Meshcherskaya da Rússia foram duas das
responsáveis por ajudar a popularizar o lenço como acessório entre o ano de
1837 e 1843.
Mais a fundo,
constata-se que o lenço que deu origem as gravatas masculinas, cachecóis entre
outros acessórios de vestuário tem uma história que remonta os antigos egípcios
e passa pela história de croatas, franceses e chineses. A origem do lenço
também passa pela antiga Roma por um pedaço de pano de linho que era chamado de
sudário que significa “pano de suor” em latim.
Arqueólogos
identificaram em torno do pescoço de múmias egípcias uma espécie de amuleto
conhecido como Sangue de Ísis. Esse objeto em ouro ou cerâmica possuía a forma
de um cordão arrematado com um nó, cuja função era proteger o corpo dos perigos
da eternidade.
Os romanos utilizavam
esses tecidos para limpar o suor do rosto e do pescoço, dessa forma a utilidade
era mantê-los limpos e não quentes como fazemos hoje em dia. Com o passar do
tempo os lenços começaram a ser utilizados em volta do pescoço e também atados
aos cintos. As mulheres romanas gostaram dessa moda e logo aderiram.
Alguns historiadores
acreditam que os primeiros lenços de pano eram utilizados pelos guerreiros do
imperador chinês Cheng (Shih Huang Ti), em 230 a.C., contudo, existem registros
de que esse tipo de lenço já era comum entre os mercenários croatas.
Em seu livro “La grande
Historie de la Cravate” (Flamarion, Paris, 1994), Francoise Chaile nos conta
sobre os aspectos deste apetrecho e sua posterior difusão:
“(…) Por volta do ano
de 1635, um grupo de 6 mil soldados e cavaleiros vieram a Paris manifestar seu
apoio a Luis XIII e Richelieu. Entre eles havia um grande número de mercenários
Croatas que, separados pelo exílio, permaneceram a serviço do rei Francês. (...)”
Nesse caso havia até
mesmo uma distinção social, hierárquica, pois, os simples soldados utilizavam
lenços de algodão enquanto os oficiais utilizavam o acessório de seda.
Os franceses gostaram
tanto dos lenços coloridos de outros povos que passaram a utilizá-los em volta
do pescoço, acessório que foi chamado de kravata que é uma palavra de
etimologia croata que deu origem as gravatas. Para os franceses os lenços eram
usados para mostrar a inclinação política do homem dependendo da cor escolhida.
2. A chegada dos Lenços
no Brasil
Quando a família real
portuguesa chegou ao Brasil, no século 18, apresentou a moda dos lenços usados
na cabeça para as pessoas que aqui moravam. Porém, o que nem todo mundo sabia
nessa época é que os lenços eram usados na verdade para evitar a propagação dos
piolhos nas embarcações que vieram da Europa.
O problema com piolhos
foi tamanho que a rainha Carlota Joaquina foi obrigada a raspar a cabeça.
As portuguesas e
espanholas começaram com a moda de usar lenços bordados na cabeça e caídos
sobre os ombros. Já os homens e mulheres franceses optaram por lenços menores e
mais discretos amarrados no pescoço.
3. Primeiros Registros
históricos do uso de Lenços no Rio Grande do Sul
Saint-Hilaire que
esteve em terras gaúchas e no estuário do Prata entre os anos de 1820 e 1821,
deixou importante registro histórico quando anotou que observou gaúchos
argentinos da província de Entre-Rios e na cidade de São Borja e descreveu-lhes
a indumentária da seguinte forma:
"Trazem os cabelos
trançados e um lenço ao redor da cabeça, um outro lenço, a que dão um nó muito
solto, serve-lhes de gravata; como arma exibem uma grande faca à cinta."2
Também realizando
importante registro, na mesma época, o francês Nicolau Dreys3, em suas anotações
menciona o lenço dos gaúchos, cujo trecho merece destaque abaixo:
"...um lenço,
quase sempre amarrado na cabeça,..."
Quando aos registros
nas artes plásticas, temos obras como a no Uruguai, imortalizada por Juan
Manuel Blanes quando pintou o gaúcho as vacarias de golilla, com o grande lenço
aberto, esvoaçando às costas. Na mesma toada, em terras brasileiras, o pintor
Jean-Baptiste Debret também materializou o gaúcho que vivia nas terras do Rio
Grande do Sul com um lenço de pescoço, bem no inicio do século XIX.
Diante dos registros
mencionados passa a ser indissociável que o lenço gaúcho era uma peça da
indumentária gauchesca brasileira ou castelhana. Por esta afirmação o caminho
da pesquisa a ser realizada passa a ganhar contornos mais amplos devido a
necessidade que observarmos a influência castelhana/espanhola na introdução e
reconhecimento desta peça de vestuário como parte de nossa indumentária
cultural.
Segundo o escritor
castelhano Fernando O. Assunçao4 o lenço usado pelo gaucho argentino tinha
vários usos. Geralmente colocado na cabeça, amarrado a ele, à moda marinheiro
ou corsário ou amarrado sob o queixo, sempre sob o chapéu, ou como uma faixa
para prender os cabelos compridos. No primeiro caso, serviu como chapéu ou
rede, que o homem da vila, rural ou urbano, espanhol, gostava de usar para
manter-se cobertos e protegidos da poeira e do sol.
Esta maneira de usá-lo
de acordo com Assunçao é uma herança de marinheiros e camponeses peninsulares.
Para Fernando O.
Assunção outro modo de uso, também de herança camponesa com reminiscências
árabes, tinha por finalidade proteger a cabeça, as bochechas e o pescoço do sol
durante o dia e, para os ouvidos, do orvalho e do frio no início da manhã e do
pôr do sol; também da chuva de inverno, vento e frio.
O lenço como distintivo
político, já foi utilizado de um lado e do outro das margens do rio Uruguai. Na
Banda Oriental, aparece o lenço vermelho dos colorados seguidores de Frutuoso
Rivera e o lenço branco dos nacionalistas de Oribe. Na Argentina, os colorados
de Juan Manuel Rosas combatiam ferozmente os azules e blancos da oposição
provincial, anti-portenha.
Para contextualização
devemos lembrar que o Gaúcho não é apenas um indivíduo natural do Estado do Rio
Grande do Sul. O Gaúcho é o homem cavaleiro das Américas, que recebe na
Argentina e no Uruguai o nome de Gaucho, no Brasil de Gaúcho, no Chile de
Guaso, na Venezuela de Ilanero e no México de Charroe.
O Gaúcho é um homem
ligado ao campo e ao gado; é um homem que se forjou para enfrentar a
intempérie, o vento, o frio, a chuva e tomar conta dos animais. Ele que no
inicio de sua formação era um caçador, tornou-se um verdadeiro parceiro do
sistema ecológico. O Gaúcho, acostumou-se a viver no campo ao ar livre, sob o
lombo do cavalo. Temperou sua formação no frio e no calor do campo aberto.
O homem Gaúcho, antes
chamado de vago ou gaudério, nasceu nas fronteiras da Argentina com o Uruguai e
com o extremo sul do Brasil. É um produto da miscigenação indígena com
luso-brasileiros e espanhóis. Suas roupas eram e precisavam ser funcionais,
reflexos de uma origem nômade.
O lenço vem
acompanhando a história do gaúcho e do Rio Grande desde a sua colonização.
Com a fundação das
missões pelos padres Jesuítas5, foram então introduzidos os tecidos, pois até
então os índios fabricavam suas roupas e outros objetos de couro de animais. Os
tecidos eram utilizados para a confecção de roupas que passaram a usar conforme
severa moral jesuíta, entre elas a camisa, calções europeus, o tipo que era um
vestido usado pelas índias, e o chiripa, usado pelos índios.
A colonização europeia,
no sul do continente em especial do lado direito da margem do rio Uruguai,
trouxe consigo roupas mais requintadas como botas, ceroulas, algumas espécies
de gravatas, casacos e entre outros.
Quando observamos os
parâmetros históricos podemos concluir que o lenço atado ao pescoço pode e deve
ter surgido da evolução do lenço usado como gravata pelos europeus. Sua maior
afirmação ocorreu quando foi adotado politicamente como designativo de cor
partidária até o modo de atá-lo ao pescoço, surgindo assim o lenço gaúcho,
atado ao pescoço, solto ao peito. Do seu uso, passou a ser instrumento de
identificação; companheiros ou inimigos eram reconhecidos a distância pela cor
dos lenços.
Neste contexto, os
farrapos que lutaram contra o Império do Brasil de 1835 a 1845, usavam o lenço
vermelho, atado de maneira própria como símbolo de seu grupo. Neste particular,
os aspectos históricos registram que os farrapos mandaram confeccionar alguns
lenços personalizados nos Estado Unidos. De acordo com Apolinário6 Porto Alegre o pedido foi feito
no dia 10 de maio de 1842.
Se há ligação ou não,
com a escolha dos Estados Unidos, para confeccionar os lenços, cabe frisar que
a maçonaria vermelha, de origem francesa e de feição republicana, que tem a
divisão dos três poderes, tinha muita força nos Estados Unidos, assim como na
jovem república rio-grandense e no Prata, visto que muitos de seus lideres eram
maçons.
Os primeiros lenços
encomendados que chegaram pelo porto da cidade de Rio Grande, foram queimados
pelas forças imperiais ainda na alfândega dentro de seus próprios caixotes. Por
outro lado, alguns exemplares que vieram por terra, conseguiram chegar no
acampamento volante em terras de Manuel Moura. Estes exemplares eram lenços de
seda, estampados no centro com emblemas e legendas, celebrando os feitos e
ficaram conhecidos como “lenços farroupilhas”, dos quais ainda existem alguns
exemplares em museus e em coleções particulares.
O Lenço Farroupilha7
possui uma simbologia para o estado do Rio Grande do Sul, por conter o Brasão
de Armas (Símbolo Oficial). O lenço farroupilha foi encomendado a partir de
Montevidéu no Uruguai para uma confecção nos Estados Unidos por intermédio de Bernardo
Pires de Oliveira, apontado como o autor dos desenhos.
Em todos os lenços
farroupilhas, conhecidos, aparecem as letras S. G. C., iniciais de Salve Grande
Continente, segundo Alfredo Varela. Um novo exemplar de modo posterior foi
confeccionado na Europa, na França ou na Alemanha e apenas chegou ao Brasil
após assinada a paz da revolução farroupilha.
Novamente os lenços
como bandeira ideológica voltam ao cenário de lutas no Rio Grande do Sul nas
revoluções de 1893 e 1923, nestas contendas, enfrentaram-se os lenços brancos
de republicanos ou ainda chamados de “chimangos” e os lenços vermelhos dos
federalistas ou “maragatos”, até os dias de hoje, conhecidos, como os mais
tradicionais.
Com o surgimento dos
movimentos em prol do tradicionalismo e, com a consequente fundação do primeiro
centro de tradições gaúchas, os gaúchos e tradicionalistas passaram a ostentar
os lenços de tradição das suas famílias.
Conclusão
Na lida de campo, no
dia-a-dia, o lenço continua a ser usado, por dentro da gola da camisa, como
proteção para não suja-la em dias de poeira, e também para limpar o suor do
rosto se necessário.
A simbologia e o uso
dos lenços continuam forte na cultura gaúcha.
Quando, amarramos um
lenço colorado e um lenço branco, juntos, temos neste ato o símbolo da paz
eterna entre os gaúchos, neste ato rogamos para que nunca mais se derrame
sangue de outro irmão gaúcho.
O lenço é a herança que
trazermos e cultuamos como lembrança dos nossos ancestrais.
Com base neste estudo
podemos concluir que os lenços, como parte da indumentária gaúcha, tiveram sua
introdução no sul do continente pela colonização europeia, trazidos tanto
pelos espanhóis quanto pelos portugueses, mas tudo indica, pelo contexto
histórico do processo de colonização, especialmente do Rio Grande do Sul e,
também da região do Prata que a difusão do uso deste apetrecho como parte da
indumentária do gaúcho chegou primeiro pelas mãos dos espanhóis e dai pelo seus
usos e costumes acabou espalhando-se praticamente por toda a América.
Cabe aqui mencionar,
para uma maior reflexão, que os índios americanos apaches, conforme registros
históricos pesquisados, também usavam um lenço amarrado ao pescoço da mesma
forma que o gaúcho ainda usa. Estes índios habitavam o norte do México e, também,
tiveram um amplo contato com os espanhóis durante o processo de colonização
daqueles povos no decorrer do século XVI.
1 Escritor, Poeta,
Declamador, Pesquisador e Compositor. Professor Universitário, Palestrante e
Consultor Aduaneiro, Advogado com atuação em Direito Aduaneiro e Internacional.
Vice-Presidente do Piquete Fraternidade Gaúcha do GORGS. Membro efetivo da Estância
da Poesia Crioula do RS. Membro da Loja Maçônica Gaúchos Templários – 1a. Loja
Temática do Brasil (Tema Gaúcho).
2 Viagem ao Rio Grande
do Sul, Universidade de São Paulo, 1974, p. 34.
3 Notícia Descritiva da
Província do Rio Grande de São Pedro do Sul, Instituto Estadual do Livro, Porto
Alegre, 1961, p. 163
4 Assunçao, Fernando O.
Pilchas Criollas, editor Claridad. 1975.
5 Desde 1609, Padres
Jesuítas, missionários da Companhia de Jesus deram início a um trabalho de
evangelização dos índios da vasta Província do Paraguai. Tiveram grande sucesso
junto aos grupos Guarani, que viviam em aldeias agrícolas, num sistema
semi-nômade. O interesse do Império
Espanhol era tomar posse das terras da Bacia Platina, como objetivo a conversão
e colonização dos indígenas ao cristianismo, por ordem da coroa é instalada a
primeira Redução, a de São Ignácio Guaçú, território Espanhol determinado pelo
Tratado de Tordesilhas. Num período de mais ou menos um século, entre 1609 a
1706, os jesuítas expandiram sua evangelização pela região de Tape (Rio Grande
do Sul). No Tape, a fundação dos povoados de Santo Tomé, São Miguel, São José,
entre outros, representou uma dilatação das Missões do Paraguai para os
territórios que hoje configuram o Rio Grande do Sul.
6 Cancioneiro da
Revolução de 1835, Globo, Porto Alegre, 1935. 7 Apolinário Porto Alegre :
Cancioneiro da Revolução de 1835, Ed. Globo, Porto Alegre, 1935, p.57
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Anexo 1 – Imagem de índio apache com lenço ao pescoço
Gerônimo - Chefe Apache